ATA DA TRIGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 15-5-2000.
Aos quinze dias do mês de maio do ano dois mil
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi efetuada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Gerson Almeida,
Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro,
Lauro Hagemann, Maristela Maffei e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu
Sabino, Fernando Záchia, Gilberto Batista, Helena Bonumá, Hélio Corbellini,
Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Tereza Franco. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e foram
aprovadas as Atas da Décima Terceira, Décima Quarta e Décima Quinta Sessões
Solenes e as Atas da Trigésima Primeira e Trigésima Segunda Sessões Ordinárias.
À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, o Pedido de
Informações nº 048/00 (Processo nº 1495/00) e o Projeto de Lei do Legislativo
nº 101/00 (Processo nº 1524/00); pelo Vereador Eliseu Sabino, 01 Substitutivo
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 003/00 (Processo nº 088/00); pelo Vereador
Luiz Braz, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Dib, o Pedido de
Informações nº 049/00 (Processo nº 1539/00); pela Vereadora Tereza Franco, 01
Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 068/00 (Processo nº 1048/00).
Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 674/00, do Senhor Gilberto Chiapinotto,
Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal - CEF. Após, o
Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Luiz Carlos
Severo da Silva, Presidente do Conselho Popular de Lideranças Comunitárias, que
manifestou-se criticamente quanto à política habitacional e de regularização
fundiária adotada em Porto Alegre, afirmando que, no entender de Sua Senhoria,
o instrumento legal do Direito Real de Uso está sendo usado indiscriminadamente
pelo Executivo Municipal, com objetivos ideológicos e contra a vontade popular.
Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Lauro
Hagemann, João Dib, Clênia Maranhão, Juarez Pinheiro, Luiz Braz e Cláudio Sebenelo
manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze
horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos
regimentais, sendo retomados às quatorze horas e trinta e cinco minutos,
constatada a existência de quórum. A seguir, foram apregoadas as Emendas nºs
06, 07, 08 e 09, de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, ao Projeto de Lei do
Executivo nº 017/00 (Processo nº 1305/00). Na ocasião, o Vereador João Dib
formulou Requerimento verbal, solicitando fosse concedido a Sua Excelência o
Tempo Especial previsto no artigo 94, § 1º, alínea "f", do Regimento,
tendo o Vereador Guilherme Barbosa, através de Questão de Ordem, manifestado-se
a respeito e tendo o Vereador João Dib referido-se a esse Requerimento verbal.
Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a
comemorar os quarenta e seis anos da Lei Federal nº 2004/54, que instituiu o
monopólio estatal do petróleo, nos termos do Requerimento nº 074/00 (Processo
nº 1257/00), de autoria do Vereador Lauro Hagemann. Compuseram a Mesa: o
Vereador João Motta, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor
Cézar Przigodzinski, Presidente do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do
Sul; o Senhor Argemiro Pertence, Vice-Presidente da Associação dos Engenheiros
da Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS; o Senhor Geraldo Góes Cruz,
Coordenador da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio Estatal do Petróleo e da
Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS; o Senhor Ercy Torma, Presidente da
Associação Rio-Grandense de Imprensa - ARI; o Senhor Sérgio Borja,
representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS; o Vereador
Paulo Brum, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em
COMUNICAÇÕES, Vereador Lauro Hagemann, historiando a luta pela criação da Lei
que instituiu o monopólio estatal do petróleo no País, discursou sobre a
importância da manutenção do controle público da Petróleo Brasileiro S.A. -
PETROBRAS, apresentou dados relativamente ao desempenho da produção nacional de
petróleo e teceu críticas à proposta de privatização dessa Empresa. Na ocasião,
foram registradas as seguintes presenças, como extensão da Mesa: do Vereador
Aloísio Bamberg, do município de Canoas - RS; dos Senhores Nilo Pacheco de
Quadros e Alvacir da Silva; do Senhor Miguel Jefinny, Presidente do Partido
Popular Socialista de Canoas; do Senhor Juberlei Bacello, representante da
Federação dos Bancários do Rio Grande do Sul; do ex-Vereador Raul Carrion. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Hohlfeldt, referindo-se à ausência de
representantes da Petróleo Brasileiro S.A. - PETROBRAS na presente solenidade,
discorreu sobre o engajamento da sociedade brasileira em defesa do controle da
produção nacional de petróleo, destacando a importância de que sejam adotadas
medidas visando à melhoria nas condições de prospecção e distribuição desse minério.
O Vereador Cyro Martini, reportando-se à presença do petróleo e seus
subprodutos na vida moderna, procedeu à análise das medidas de controle sobre
as etapas de beneficiamento desse minério, afirmando que a manutenção desse
controle por parte do Poder Público é de fundamental importância para o povo
brasileiro, independentemente das ideologias professadas pelos responsáveis
pela administração dos rumos do País. Em seguida, o Senhor Presidente concedeu
a palavra ao Geraldo Goés Cruz, que destacou a importância do registro hoje
feito por este Legislativo, com referência aos quarenta e seis anos da Lei
Federal nº 2004/54, que instituiu o monopólio estatal do petróleo. Às quinze
horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quinze horas e vinte minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib teceu considerações sobre a viagem do
Senhor Raul Pont, Prefeito Municipal de Porto Alegre, à cidade de Saint-Denis,
na França, a ser realizada do dia dezessete ao dia vinte de maio do corrente,
quando Sua Excelência participará da Conferência Internacional “Pour un droit
de cité: vers une nouvelle cytoyenneté dans la ville". Após, o Senhor
Presidente registrou a presença das autoridades a seguir nominadas, que
comparecem à Casa para solenidade alusiva ao Dia Internacional dos Museus.
Compuseram a Mesa: o Vereador João Motta, Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre; o Senhor Luiz Pilla Vares, Secretário Estadual da Cultura; o
Senhor José do Nascimento Júnior, Coordenador do Sistema Estadual de Museus; a
Senhora Bianca Knac, Diretora do Instituto Estadual de Artes Visuais; a Senhora
Tânia Franco Carvalhal, Coordenadora do Escritório da Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO no Rio Grande do Sul; o
Vereador Paulo Brum, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores José do Nascimento
Júnior, Luiz Pilla Vares e Tânia Franco Carvalhal, que divulgaram os eventos
que serão realizados durante a semana comemorativa ao Dia Internacional dos
Museus, do dia quinze ao dia dezenove de maio do corrente, destacando a
importância do debate sobre a implantação de políticas culturais no Município
de Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul. Na oportunidade, a Senhora
Tânia Franco Carvalhal procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de cópia de
documento de responsabilidade da Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura - UNESCO, intitulado "Manifesto 2000". Também, o Senhor
Presidente registrou a presença de professores e alunos do Instituto Frei Pacífico.
Às quinze horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e três minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell
pronunciou-se sobre a importância do trabalho deste Legislativo para o
estabelecimento de medidas que propiciem uma boa qualidade de vida em Porto
Alegre. Também, referiu-se à intensificação do policiamento e do controle do
comércio ambulante no Centro da Capital como sendo uma etapa necessária no
processo de revitalização dessa área. O Vereador Antônio Losada discorreu sobre
a relevância da Lei Federal nº 2004/54, que instituiu o monopólio estatal do
petróleo no País, referindo-se a manifestações populares ocorridas à época da
edição desse diploma legal. Também, externou sua preocupação com o crescimento
do desemprego no País, ressaltando a necessidade de adoção de medidas que
viabilizem a geração de novos empregos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Tereza Franco, reportando-se ao discurso do Vereador Adeli Sell, expressou seu
posicionamento a respeito do comércio ambulante do Centro da Cidade, defendendo
a busca de um espaço para que os trabalhadores do comércio informal possam
garantir sua subsistência e tecendo críticas à atuação da Secretaria Municipal
de Indústria e Comércio - SMIC na fiscalização dessa atividade. Na
oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença da Vereadora Genoveva
Hass, do município de Santo Cristo - RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos
Alberto Garcia registrou o transcurso, no dia de hoje, dos cinqüenta anos da
concessão, pelo Vaticano, do título de “Padroeiro dos Professores” a São João
Batista de La Salle, discorrendo sobre a vida e o trabalho realizado por esse
educador na promoção do ensino popular e comentando a atuação das escolas de
orientação lassalista em Porto Alegre. O Vereador Cláudio Sebenelo referiu-se à
publicação de matéria no jornal Correio do Povo, intitulada “AGAPAN defende a
adoção da ecopedagogia”, defendendo a criação de mecanismos que venham a
conscientizar a população de Porto Alegre no que se refere à preservação
ambiental. Ainda, criticou o Executivo Municipal quanto ao tratamento
dispensado ao Arroio Dilúvio e o Aterro Sanitário da Extrema. O Vereador Elói
Guimarães saudou o transcurso dos quarenta e seis anos da Lei Federal nº
2004/54, reportando-se à Carta-Testamento do ex-Presidente da República Getúlio
Vargas, comentando o trabalho realizado por Sua Excelência em prol da
preservação das riquezas nacionais e declarando a importância da extração do
petróleo como uma atividade destinada a garantir a auto-suficiência econômica
brasileira. O Vereador Décio Schauren relatou as reivindicações de moradores e
comerciantes da Lomba do Pinheiro no que diz respeito a instalação de uma
agência bancária do Banco do Estado do Rio Grande do Sul - BANRISUL no local.
Também, discorreu acerca do desenvolvimento econômico verificado nesse Bairro
nos últimos anos, destacando a interação existente entre o ambiente natural e o
potencial urbano da região. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 6ª Sessão,
esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 017/00, discutido pelos Vereadores João
Dib, Maristela Maffei, José Valdir, Guilherme Barbosa e Gerson Almeida. Em
PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 008/00, discutido pelos Vereadores João Dib,
Maristela Maffei, Juarez Pinheiro e Guilherme Barbosa, os Projetos de Resolução
nºs 029 e 030/00, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 085, 087 e 086/00, este
discutido pelo Vereador João Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/00,
discutido pelo Vereador Guilherme Barbosa; em 2ª Sessão, o Projeto de Resolução
nº 004/00, discutido pelo Vereador José Valdir, os Projetos de Lei do
Legislativo nºs 081, 082 e 084/00. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 02,
proposta pelo Vereador Juarez Pinheiro e assinada pela Vereadora Helena Bonumá,
Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 200/99 (Processo nº
3665/99). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt abordou a
questão da circulação de carroças na Cidade, defendendo a regulamentação desses
veículos de acordo com o que determina o Código Brasileiro de Trânsito. Ainda,
referiu-se à iniciativa de realização de obras no cruzamento das Avenidas
Baltazar de Oliveira Garcia e Assis Brasil, afirmando que, no entender de Sua
Excelência, essa obra não passou de uma promessa do Executivo Municipal. O
Vereador Renato Guimarães discorreu a respeito da destinação dos resíduos
sólidos no Município, detalhando providências tomadas pela Prefeitura Municipal
para a melhoria do sistema de coleta de lixo na Capital. Também, comentou as
atividades realizadas pelos proprietários de carroças na Cidade e comentou
proposta apresentada por associações nacionais de trabalhadores, acerca do
pagamento da dívida externa brasileira. O Vereador Fernando Záchia
pronunciou-se sobre a necessidade de regulamentação do trânsito de carroças em
Porto Alegre, apontando a Administração Municipal como co-responsável nessa
questão. Ainda, contestou o cronograma das obras de asfaltamento e canalização
do esgoto pluvial na Rua Correa Lima, no Bairro Santa Tereza, alegando que
houve falta de planejamento entre as Secretarias Municipais envolvidas na
execução dessas obras. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol manifestou-se
acerca dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, constatada a existência de
quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria
da Vereadora Helena Bonumá, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou o
recebimento de processos administrativos enviados pelo Executivo Municipal, que
instruirão os Projetos de Lei do Executivo nºs 012, 013 e 014/00 (Processos nºs
1297, 1298 e 1299/00, respectivamente). Em Discussão Geral e Votação Nominal,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 005/00, por vinte e cinco votos SIM,
tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu
Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez
Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maristela Maffei, Paulo Brum, Pedro
Américo Leal, Reginaldo Pujol e Renato Guimarães. Foi aprovado Requerimento de
autoria do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando fosse a Emenda nº 02, aposta
ao Projeto de Lei do Legislativo nº 200/00 (Processo nº 3665/99), dispensada do
envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 200/99, após ser encaminhado à
votação pelo Vereador Juarez Pinheiro. Após, foi rejeitada a Emenda nº 01 e
aprovada a Emenda nº 02, ambas apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº
200/99. Na oportunidade, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador
Cláudio Sebenelo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria
constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 006/00, por vinte e dois votos SIM, após ser
encaminhado à votação pelo Vereador Cláudio Sebenelo, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto
Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia,
Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, João Carlos
Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Paulo
Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Tereza Franco. Na ocasião, o Senhor
Presidente convidou a todos para participarem das solenidades de posse do
Vereador Paulo Brum no cargo de Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
a ser realizada amanhã, às quatorze horas, no Salão Nobre da Presidência, e de
posse do Vereador João Motta como Prefeito Municipal de Porto Alegre em
substituição, a ser realizada no mesmo dia, às quinze horas, no Paço Municipal.
Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo
nºs 211 e 212/99. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei
do Executivo nº 051/99. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os
Projetos de Lei do Legislativo nºs 218, 219 e 221/99. Em Discussão Geral e
Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nºs 002, 017, 020,
038 e 040/00. Às dezoito horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência
de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Motta, Paulo
Brum e Renato Guimarães e secretariados pelo Vereador Guilherme Barbosa, como
Secretário "ad hoc". Do que eu, Guilherme Barbosa, Secretário “ad
hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos
e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos à
O
Sr. Luiz Carlos Severo da Silva, representando o Conselho Popular de Lideranças
Comunitárias, está com a palavra, pelo tempo regimental de dez minutos.
O SR. LUIZ CARLOS SEVERO DA SILVA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
trazemos à consideração de V. Ex.as, que, na verdade, também se
constituem em lideranças comunitárias expressivas desta Cidade, um fato que
decorre, no nosso entendimento, de um divisor de águas que se estabelece,
sobretudo ao longo dos últimos anos, no que diz respeito à condição inerente do
morador em obter, após longos anos de pagamento de uma prestação da casa
própria, a titularidade definitiva desse imóvel como pressuposto para a
tranqüilidade, nada mais, nada menos do que, aproximadamente, cem mil famílias
nesta Cidade. Muitos dos senhores auxiliaram na constituição da Lei Orgânica
que, no art. 231, claramente refere que: (Lê.) “Nos programas de regularização
fundiária e loteamentos do Município, o título de domínio ou de concessão Real
de Uso será conferido ao homem e à mulher, independentemente do estado civil”.
O que nos preocupa, Srs. Vereadores, é que, de forma generalizada, se implanta,
contra a vontade popular, um instrumento de tutela permanente, porque, na
medida em que a concessão passa a ser renovada, seja por trinta anos, mais
trinta anos, ela impede a responsabilidade do cidadão sobre um bem que
consideramos essencial, ou seja, a sua privacidade restrita - o terreno, a
casa, o apartamento, é um espaço restrito. Espaços públicos, quero dizer aos
senhores - e os senhores conhecem perfeitamente - já temos terras devolutas,
áreas funcionais, praças, parques e jardins. Preocupa-nos mais ainda, Srs.
Vereadores, que os contratos vigentes e antigos, por exemplo, na Frei Germano,
taxa de ocupação com previsão de compra e venda, os contratos estão,
sistematicamente, sendo substituídos por um ato administrativo, que é a
Permissão Remunerada de Uso. E onde, nas trinta e três vilas viabilizadas com
recursos administrados pela Caixa Econômica Federal, desde as trezentas e
dezessete casas no Parque Santa Fé, até as quinhentas e oitenta e nove, agora
quase concluídas, no Chapéu do Sol, cujos projetos foram hierarquizados e
selecionados pela Administração Estadual anterior, sabendo a administração, e,
na época, o Prefeito Tarso, mandou empenhar os recursos do Pró-Moradia, pôde
ali, também, executar os projetos de unidades de casas, porque sabia que
imporia a tutela. E alguém vai dizer: “Mas área pública não pode ser vendida!”
Eu trago um exemplo aos senhores: no Jardim Camaquã, havia a previsão de uma
lei autorizativa, de 82, que permitia a permuta, e o DEMHAB comprometeu-se com
essa permuta. No momento da execução, pelo INSS, sobre a área, havendo a
possibilidade de execução e o DEMHAB não cumprindo o acordo, porque a
Prefeitura emitiu, através do Departamento de Patrimônio, um documento que
dizia que ali estava ocupado por famílias de baixa renda, e, portanto, não
havia mais interesse na área - esse é o texto do documento -, a partir disso,
rapidamente correu lá o advogado do DEMHAB, para que os moradores constituíssem
uma cooperativa e comprassem a área. Ou seja, quando é para safar o DEMHAB de
um acordo não cumprido, pode-se comprar área.
Afirmo
aos senhores: as cooperativas também têm essa possibilidade de adquirir área. O
que se quer, hoje, é exaltar as contradições dizendo: tem que ser o CDRU,
porque senão é mais caro. Não é verdade. Vou citar dois exemplos: na Gedeão
Leite, sessenta famílias compraram dois hectares por 70 mil reais em que, na
cota, durante o prazo de dois anos e quatro meses, com poupança - faltou o
DEMHAB executar uma política de educação para contrato de poupança -, cada
família vai adquirir a área, parcelada, por 1 mil e 200 reais. Não estão aí os
projetos de infra-estrutura básica e tampouco de regularização fundiária. Mas
temos mais um dado a oferecer aos senhores para reflexão: as etapas da
regularização fundiária estão sendo suprimidas pela Administração atual, no que
diz respeito ao encaminhamento da planta para o cartório de registro de
imóveis, para inviabilizar que haja uma matrícula aguardando o cidadão que,
depois de pagar quinze, vinte anos, os prazos dos contratos do DEMHAB, pegue a
quitação, vá e averbe no seu nome.
Eu
tenho a informação segura do DEMHAB de que a concessão já começa a trazer
prejuízo ao Departamento. Come-se pelas beiradas, chama-se o Núcleo Esperança,
que tem contrato com promessa de compra e venda, com prestações que, antes,
eram de 11 reais e passaram para 59 reais, 76 reais, porque não se computaram
os índices das conversões dos sucessivos planos econômicos, sobretudo do
último, da URV, em 1994 e, agora, se emite um doc que o sujeito não pode pagar.
Ele comparece ao DEMHAB e lhe é oferecido uma outra alternativa: “Vamos
substituir esse contrato pela concessão; ou, então, fazemos um aditivo,
suprimindo alguns direitos que o senhor tenha, imputando um valor 100%, 200%,
300% mais caro”. Afirmo aos senhores que, se o DEMHAB tem, hoje, sob sua
responsabilidade, aproximadamente cento e uma áreas, naquelas em que ele
implanta a regularização fundiária, é só a partir de uma visão ideológica em
que ele detenha a tutela sobre o morador, nas áreas particulares, sujeitas ao
usucapião, Vila Júlia, por exemplo, em Belém Novo, não se dá andamento.
Nas
plenárias do Orçamento, no fórum dos delegados, no COPE, nas reuniões
preparatórias não existe prioridade, não se tem claro quando será executada a
regularização fundiária. Não se dá apoio técnico às cooperativas, porque
aquelas pessoas terminariam sendo proprietárias; não se dá tratamento
permanente às áreas particulares, porque elas terminariam sendo proprietárias.
Diante dessa realidade, o problema habitacional vai ficar sujeito à situação da
Tio Zeca, onde havia dois milhões, quatrocentos e cinqüenta do Habitar Brasil,
os projetos de infra-estrutura básica foram executados pelo DEMHAB, na
Secretaria de Obras do Estado, porque era responsabilidade dos Estado, mas os
projetos do Município ficaram um ano e oito meses arquivados, para que não
fossem aprovados, para que não tivesse, no ano da eleição, uma obra de um outro
partido, às margens da free-way,
consolidando ali o direito definitivo da titularidade daquelas casas e terrenos
aos moradores. Eu afirmo aos Srs. Vereadores que essa discussão está colocada
na Cidade, continua de casa em casa. Esse divisor de águas, de um lado, a única
alternativa, à concessão, nós entendemos que não. Nós não estamos eliminado a
concessão. Nós entendemos que tem de ser discutido e que o morador vai fazer a
opção. Mas temos o exemplo concreto da Cooperativa Jardim Esperança, que eu
acabei de referir. Ali se compram 2ha - aliás, está caro o hectare, 35 mil
reais o hectare no Cantagalo, no Chapéu do Sol, na Costa do Cerro, na região da
Pitinga, em Belém Novo, está caro, porque o Poder Público não viabiliza para
baixar o valor - com uma poupança de dois anos e quatro ou sete meses, a 1 mil
e 200 reais, depois parcelado seu lotezinho correspondente ao seu lote. É
preciso, então, não apenas alterar o regime urbanístico, cuja lei passa por
esta Casa, mas fazer a topografia.
Agora,
Srs. Vereadores, tem uma quantidade de empresas fazendo topografia nesta
Cidade, inclusive nas áreas de domínio do Estado, previstas pela Lei 9.752,
criada no Governo Alceu Collares, desde a Bororó até a Ipe-São Borja. Pois,
agora, nós temos topógrafos em quantidade na Cidade. Interessante, no ano da
eleição! Só que a topografia não finaliza a intervenção do Poder Público,
porque só ele pode fazer o acesso à terra, através da regularização fundiária.
Mas a topografia, o cadastro, o EVU, se a planta do lote não for encaminhada ao
cartório do registro de imóveis, esses moradores não terão a regularização
fundiária. Água e luz já entram, independente da regularização fundiária. Mas a
titularidade, a intranqüilidade continua.
E,
por fim, eu queria lembrar um fato. Em 1997, o DEMHAB editou uma cartilha, na
primeira conferência, em que aparece um sujeito com um abacaxi na mão, vendendo
um lote. E diz assim: “Os loteadores não encaminham ao cartório do registro de
imóveis as plantas dos lotes”. Quer dizer, se acusa aquilo que o Município
deveria fazer, porque a lei permite ou o título de domínio ou a concessão. Nós
queremos alterar a lei.
E
eu quero agradecer aos Vereadores, destacando o excelente apoio da Ver.ª Clênia
Maranhão, que assumiu a autoria do nosso Projeto, e também aos Vereadores
Fernando Záchia, Luiz Braz, Sônia Santos, Tereza Franco, Gilberto Batista, João
Carlos Nedel e João Dib. Perdoem-me se esqueci de algum Vereador, mas já existe
uma quantidade de Vereadores dispostos a ajudar a construir - a matéria está aí
para ser votada, aliás, seria votada hoje, nós estávamos mobilizados para vir
aqui; soubemos, na última hora, que mais uma vez havia uma alteração.
Por
isso, agradeço pela oportunidade e gostaria que esta Câmara oferecesse, através
da participação da democracia direta, o direito de opção entre o título de
domínio ou a concessão Real de Uso e não, de forma generalizada, a tutela, como
está sendo imposta, contra as assembléias de moradores: da 5ª Unidade da
Restinga, das quinhentas famílias do Chapéu do Sol - que se antepuseram a isso
-, as cento e cinqüenta do arroio Dilúvio - reassentadas na Santa Paula -, as
cento e cinqüenta da Cavalhada 1 e 2 - quando saíram da Cai-Cai -, e por aí,
sucessivamente. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Convidamos o Sr. Luiz Carlos Severo da
Silva a fazer parte da Mesa dos trabalhos.
O
Ver. Lauro Hagemann está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, caro
Luiz Carlos Severo da Silva, a matéria abordada hoje, na Tribuna Popular, é
muito importante e muito profunda e não se poderia tratá-la em tão pouco espaço
de tempo. Há uma confusão muito grande no Município e que este ano vai ser
agravada pela campanha eleitoral. As populações de baixa renda podem ser
induzidas a equívocos. Acreditamos que temos de ter a maior dose de
autenticidade, de sinceridade para tratar desse assunto, porque se faz uma
confusão muito grande, ainda hoje, entre as terras que o DMAE possui e que ele
pode vender e as terras que são do Município e que não estão no domínio do
DEMHAB. Então, a concessão Real de Uso, efetivamente, pela Constituição
Federal, não pode ser transferida. Não é objeto de compra e venda. Sob essa
concessão do Direito Real de Uso existem vários empreendimentos na Cidade. E é
verdade também que o Município está muito atrasado na questão da regularização
fundiária. Isso nós temos que reconhecer. Essa legislação existe há dez anos e
até agora pouca coisa foi feita para regularizar. Isso é verdade! E o próximo
Prefeito vai ter que se empenhar mais a fundo nisto, sob pena de continuarmos
tendo esta confusão que hoje existe no meio social de Porto Alegre, principalmente
na periferia. Deveremos ter, também, bastante acuidade para não misturarmos as
coisas. A legislação porto-alegrense prevê o banco de terra, por exemplo, que
servirá de suporte para cooperativas habitacionais, para empreendimentos
imobiliários, que serão pagos pelos que podem pagar, porque tem uma categoria
social que não pode pagar. Como é que o Município vai prover esta gente com
moradia? E a moradia é uma coisa intocável, é a toca onde o homem se esconde, é
inalienável do direito familiar. Então, não podemos brincar com isso. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Dib está com a palavra nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Ver. Paulo Brum, Presidente em
exercício, meu caro Luiz Carlos Severo da Silva, Presidente do Conselho Popular
de Lideranças Comunitárias, Srs. Vereadores, não sei se o Município faz
confusão com regularização fundiária, se usa de má-fé ou desrespeito quando
trata de concessão de Direito Real de Uso, mas posso afirmar que todas as
concessões de Direito Real de Uso da Prefeitura são desonestas, porque a Lei
Orgânica é clara, precisa e concisa, e diz “os ocupantes de área de propriedade
do Município, de suas autarquias, empresas públicas e sociedades de economia
mista, não-urbanizadas”..., e a Vila Planetário era urbanizada, o Projeto
Renascença era urbanizado.
O
art. 238 diz que “as áreas verdes, praças, parques, jardins, unidades de
conservação e reservas ecológicas municipais são patrimônio público inalienável”,
e a Prefeitura não teve dúvidas para, na Cosme Galvão, fazer a concessão do
Direito Real de Uso. Então, tenho imensas dificuldades para estudar as coisas
que a Prefeitura faz, por má-fé, por incompetência, por burrice ou por
desrespeito à Lei Orgânica. Acredito que seja desrespeito à Lei Orgânica,
porque assisti a Engenheiros da Prefeitura jurarem que, na Av. Ipiranga, a Vila
Planetário não era urbanizada. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão fala em nome da
Bancada do PMDB, nos termos do art. 206.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, nós queremos saudar a presença
das lideranças comunitárias que estão conosco esta tarde e o Sr. Severo do Conselho
Popular de Lideranças Comunitárias, que vem tratar de um dos temas mais
importantes para a nossa Cidade. Nós, Vereadores, somos freqüentemente
procurados por lideranças comunitárias das mais diversas regiões da nossa
Cidade, reclamando sempre de diversos problemas que envolvem a questão da
moradia. A sua presença nesta Casa nada mais é do que a reafirmação de uma luta
de uma entidade presidida por V. S.ª e que corresponde a um anseio da população
de Porto Alegre. Se observarmos o orçamento do DEMHAB de 1999 podemos verificar
que é, ainda, mais baixo do que o de oito anos atrás. E não é por acaso que as
grandes mobilizações comunitárias, hoje envolvem, além da luta por segurança,
trabalho e saúde, também a luta por moradia. A questão da regularização fundiária,
a questão de mais recurso para a habitação, a qualidade das habitações
construídas pela Prefeitura têm que, realmente, ser pauta freqüente em todas as
bancadas e em todos os pronunciamentos dos Vereadores desta Casa.
A
presença das lideranças comunitárias e a presença de V. S.ª na Tribuna Popular
demonstra que a Câmara Municipal de Porto Alegre tem uma sintonia grande com a
Cidade, porque a preocupação trazida aqui hoje tem sido a preocupação da
maioria dos Vereadores. Atualmente tramitam nesta Casa dois Projetos de Lei
referentes a esse tema.
E,
para concluir, Sr. Presidente, espero que a presença do Conselho de Lideranças
Comunitárias sirva para agilizar a votação desses Projetos. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, nós que representamos o
projeto democrático e popular, tanto da Administração Municipal, como da
Administração Estadual, estamos absolutamente tranqüilos para falar sobre
habitação. O Governo Raul Pont construiu mais de cinco mil e quatrocentas
unidades autônomas, com recursos quase que exclusivamente do Município. Ao
contrário de governos que terminaram, como por exemplo, com a COHAB, ao
contrário de governos que terminaram com o BNH, nós criamos, no Estado,
novamente, uma Secretaria para tratar de forma substancial desse tema que
aflige a maioria dos brasileiros, que é a questão da habitação. Portanto, mais
do que ninguém, estamos, absolutamente, com condições de fazer esse debate.
O
Ver. Lauro Hagemann foi cristalino: no período eleitoral busca-se fazer uma
confusão, principalmente no que tange à questão do Direito Real de Uso. Querer
que, no Direito Real de Uso, seja possível a alienação do domínio é querer
prestigiar os especuladores, e passar para o mercado a possibilidade de áreas
públicas a eles se dirigirem. Esse é o debate que procuram colocar.
Outra
questão, por exemplo - e aí o Ver. Luiz Braz tem uma proposta que considero
importante tramitando -, se trata da possibilidade, no que tange ao Direito
Real de Uso, de após o número x de
anos, não haver mais a necessidade de quem recebe a concessão do Direito Real
de Uso continuar implementando aquela pequena prestação. Esse é um debate
sério, é um debate que pode ser feito. Agora, o debate que procura colocar a
possibilidade da alienação do domínio desconhece a legislação, e isso o Ver.
Lauro Hagemann já colocou e, acima de tudo, confunde as populações pobres. Esse
não é o nosso interesse, estamos muito claros nessa questão: temos uma
Secretaria em nível de Estado, construímos unidades autônomas, ao milhares,
nesta Cidade e podemos, sim, discutir uma outra possibilidade, um outro
instrumento jurídico que não com o viés da concessão do Direito Real de Uso,
para fazer parte da política habitacional.
Agora
é importante dizer, Sr. Presidente, para concluir, que na Vila Tio Zeca e da
Areia, a responsabilidade pela não-execução das obras foi do Departamento de
Habitação da Secretaria de Obras e não do DMHAB. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra pelo
PTB, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Paulo Brum, no exercício da
Presidência, meu amigo Luiz Severo, que vem, hoje, mais uma vez, nos honrar com
sua presença nesta Casa. Eu tenho um carinho muito especial pelo Ver. Juarez
Pinheiro, porque ele sempre debate com muita seriedade todos os assuntos e
principalmente esses assuntos vinculados à área de habitação, mas eu tenho a
impressão de que o Ver. Juarez Pinheiro, quando colocou o dado de cinco mil
casas do Governo Raul Pont, acredito que o Ver. Juarez Pinheiro realmente tem
uma informação equivocada. Nós temos a contagem de todas as unidades que foram
construídas e fizemos isso juntamente com o Departamento Municipal de
Habitação; os dados que recebemos do Departamento nos colocam que nos últimos
três anos nós não chegamos a esse número de cinco mil casas. Então, nós temos
que, todos juntos, situação e oposição, marchar para uma proposta que seja
realmente a melhor proposta para a comunidade.
É
muito importante que a Ver.ª Clênia Maranhão tenha essa proposta que está
tramitando na Casa. Nós também temos uma proposta que sugere que depois de
algum tempo - são dez anos - de pagar a concessão do Direito Real de Uso, o
cidadão possa fazer uma opção para ter a propriedade desse imóvel. E outras
propostas devem surgir para que possamos vir a discutir qual será a melhor
forma para que as pessoas possam morar aqui nesta Cidade com dignidade.
O
que acontece é que a política habitacional do nosso Município, hoje, não
oferece essas condições. As pessoas, infelizmente, estão sendo despejadas dos
locais onde habitam, estão tendo dificuldades para alcançar dignidade para a
sua moradia, e isso, realmente, não se compatibiliza com a Cidade do quilate de
Porto Alegre. Porto Alegre merece que todos nós, situação e oposição, estejamos
unidos em busca da melhor proposta que faça com que as pessoas possam realmente
habitar com muita dignidade neste Município. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra pela Bancada do PSDB, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, queria
enviar um abraço ao Luiz Carlos e dizer que essa luta permanente que ele faz em
relação à moradia e que é histórica já, ela esconde por trás de tudo um
problema de ordem ideológica: a propriedade pode ser para alguns mas não de
todos. A pessoa que tem que se submeter aos critérios do DEMHAB e de outras
instituições imobiliárias, sejam governamentais ou não, e que necessite fazer
um pagamento a longo prazo, fica depois de algum tempo, sem o direito de
propriedade, tendo eventualmente a posse e com a perda, com a extinção do
contrato ou por morte ou por qualquer outra mudança prevista na lei.
O
que para nós é muito importante é que esse debate fique profundamente
esclarecido, segundo os direitos dos cidadãos, especialmente a possibilidade
que ele terá, de agora em diante, de ter, depois de um grande número de anos de
pagamento, o direito à moradia e o direito de a sua sucessão ter a moradia.
Isso é fundamental, isso tem que estar previsto, porque se a propriedade vale
para um, vale para todos. Não se pode fazer para um número expressivo de
pessoas o esquecimento de que a lei é a mesma para todos.
Parabéns,
Dr. Severo, pelo trabalho que desenvolve. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos agradecer a presença do Sr. Luiz
Carlos Severo da Silva, Presidente do Conselho Popular de Lideranças
Comunitárias. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h34min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às
14h35min): Estão reabertos os trabalhos.
Apregoamos
as Emendas nºs 06, 07, 08 e 09, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, ao PLE nº
017/00.
O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a V. Ex.ª, na
forma do art. 94 do Regimento, Tempo Especial, no máximo de dez minutos, para
manifestação de Vereador, quando atingido na sua honorabilidade ou em casos
especiais de interesse da comunidade, a critério do Presidente ou de membro da
Mesa que esteja presidindo a Sessão. Estou pedindo tempo, em razão de declaração
que atinge gravemente a comunidade, especialmente a municipária.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Qual é a declaração?
O SR. JOÃO DIB: É a declaração da Prefeitura mandando
cadastrar pensionistas do Município. Atinge os municipários, a Casa do Povo de
Porto Alegre e a Comissão que estuda a Previdência. É preciso ser esclarecido
perfeitamente.
O SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de
Ordem): Sr. Presidente,
claro que a decisão é de V. Ex.ª, e nós a respeitaremos. Mas, na nossa
avaliação, o tema é para manifestação de Liderança, não se trata de nenhuma
ofensa ao Vereador nem iminente perda de direitos ou algo assim, para a
categoria municipária. Portanto, em princípio, não concordamos com a
solicitação do Ver. João Dib.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Fica difícil.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, desde sexta-feira, tenho
recebido telefonemas de pessoas interessadas. É preciso que seja esclarecido
que a Câmara Municipal não está envolvida nessa falcatrua. Vou ter que falar em
português correto, para que eu possa ser entendido.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. João Dib, eu pediria a V. Ex.ª um
tempo para poder responder e tomar a decisão adequada.
O SR. JOÃO DIB: Sem dúvida, V. Ex.ª tem a minha
concordância. Aliás, em casos de excepcional interesse da comunidade e eu
alerto: em casos de excepcional interesse da comunidade. A comunidade não
precisa ser a população porto-alegrense toda; quatro ou cinco mil pessoas são
suficientes.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Eu pediria tempo a V. Ex.ª para não tomar
uma decisão de imediato.
Passamos
às
O
período de Comunicações, hoje, conforme Requerimento do Ver. Lauro Hagemann,
aprovado por esta Casa, assinala o transcurso do 46º aniversário da Lei Federal
nº 2.004/54, que instituiu o monopólio estatal do petróleo, criando a
PETROBRAS.
Neste
momento, vamos compor a Mesa e, para tanto, convidamos: o Sr. Presidente do
Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sulm, Sr. Cézar Przigodzinski; o
Vice-Presidente da Associação dos Engenheiros da PETROBRAS, Sr. Argemiro
Pertence; o Coordenador da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio Estatal do
Petróleo e da PETROBRAS, Sr. Geraldo Góes Cruz; o Presidente da ARI, Sr. Ercy
Torma, e o representante da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Prof.
Sérgio Borja.
Neste
momento passamos a palavra ao Ver. Lauro Hagemann, proponente desta homenagem.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Faço referência também à
representação do PC do B, na pessoa do nosso ex-companheiro Vereador desta
Casa, Raul Carrion. É com profunda emoção que eu evoco os anos 50, talvez os
melhores dias da minha juventude; período em que ficou marcado o ruma da minha
militância política. Lembro a esta Casa que naqueles tempos quatro palavras
eram o grito patriótico na boca do povo brasileiro: “O Petróleo é Nosso!” Era o
slogan vitorioso de uma campanha que
sacudiu as energias do povo brasileiro. Monteiro Lobato, o grande escritor que
criou o personagem Jeca Tatu, descobriu, também, que no subsolo do nosso País
havia petróleo. Por isso, no longínquo ano de 1936, Monteiro Lobato já conhecia
o gosto amargo das cadeiras, pois era crime ser patriota em pleno regime
Estado-novista. Tudo porque técnicos especialistas em prospecção, contratados
pelo governo, mas a serviço de companhias internacionais de petróleo, diziam o
contrário. Lobato insistiu. Novas prisões. Mas outras vozes se levantaram.
Diziam mais: “existe petróleo, sim”. O povo brasileiro ia mais além: “sim,
existe, e é nosso”. No vendaval patriótico, nas assembléias históricas do Clube
Militar, no Rio de Janeiro, os Generais Júlio Caetano Horta Barbosa, Estilac
Leal, Leônidas Cardoso, por ironia, pai do atual Presidente da República, e
muitos outros militares se somavam patrioticamente à palavra de ordem
nacionalista: “O Petróleo é Nosso”, uma campanha que agitava o País em todos os
quadrantes, em todas as camadas sociais, particularmente os estudantes,
universitários e secundaristas, mais os trabalhadores, a classe operária. No Congresso
Nacional, personalidades como Alberto Pasqualini, Domingos Velasco, Kerginaldo
Cavalganti, Landulpho Alves, Lúcio Bitencourt, mais a bancada comunista e
também um bom número de integrantes da União Democrática Nacional, entre os
quais, destacadamente, o ex-Presidente Arthur Bernardes e o então Governador
Mineiro Gabriel Passo, eram os atores de vigoroso e memorável embate político,
talvez o mais salutar da história republicana. A UDN, uma agremiação
conservadora, sensibilizada pela capacidade de persuasão do Dep. Euzébio Rocha,
autor da Lei 2.004, que instituiu o monopólio estatal do petróleo, dava o tom
de que não se tratava de uma campanha comunista, o que não impedia que, no
obscurantismo da Guerra Fria, os participantes da campanha do petróleo passassem
por toda a série de sacrifícios e perseguições. Meu Partido, o PPS, herdeiro do
velho PCB, participou empenhadamente, nesta campanha, pagando um tributo de
sangue. Muitos companheiros foram feridos e espancados. Em Santos, no Estado de
São Paulo, num comício dissolvido à bala pela polícia do Sr. Ademar de Barros,
tombou mortalmente o operário Deoclécio Santana.
No
último dia 10 de maio, quando comemoramos os 46 anos de instalação da
PETROBRAS, é nosso dever assinalar que a campanha do petróleo foi uma jornada
ampla, nacionalista e patriótica, sem nenhum conteúdo ideológico, mas que por
ferir múltiplos interesses antinacionais, internos e externos, foi alvo das
mais torpes calúnias e ainda hoje é ameaçada. Todo esse sacrifício não foi em
vão, valeu a pena, Sr. Presidente. Apesar de todas as dificuldades e dos
obstáculos postos no caminho, que nos levou a conquista da empresa estatal,
produzindo 77,1% do consumo interno do petróleo, a PETROBRAS chega aos quarenta
e seis anos assegurando ao País, só no ano passado, uma economia de
significativos nove bilhões de dólares. E mais, ao atingir a produção
média/diária de um milhão e cem mil barris de petróleo, é hoje a décima quarta
na grade mundial e a sétima entre as empresas de capital aberto no ramo. Mais
ainda, os números revelados pelo balanço do exercício passado indicam que a
PETROBRAS injetou nos cofres da União, Estados e Municípios o equivalente a
mais de 5 bilhões de dólares em impostos, taxas e “royalties”. No ano passado,
quando completou quarenta e cinco anos, superou a marca dos 500 bilhões de
dólares em economia de divisas do País, desde aquele histórico 10 de maio de
1954.
Por
tudo isso, por todos esses êxitos, a cobiça se manifesta mais intensamente,
agora com a roupagem neoliberal, que tudo faz para dilapidar o patrimônio
público. A defesa do nosso petróleo ainda está na ordem do dia, os inimigos não
desistiram. Superando obstáculos, entre eles os malogrados e vergonhosos
contratos de risco, impostos do exterior à ditadura militar e as tentativas de
desmoralização do monopólio estatal, surge agora a idéia "luminosa"
de vender 31,72% de suas ações ordinárias excedentes a 50% mais uma das ações
em poder da União. Um enorme passo no sentido de destruir a PETROBRAS,
iniciando a sua entrega às multinacionais do setor - segundo denuncia o
Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul.
Isso
acontece, Sr. Presidente, no exato momento em que a empresa ocupa o honroso
lugar de "a maior da América Latina" e lidera mundialmente a
tecnologia de exploração e produção de petróleo em águas profundas. Repito, Sr.
Presidente, os sabotadores não desistiram. Na mesma noite em que o Congresso
Nacional aprovava o miserável salário mínimo de 151 reais, a alta cúpula da
PETROBRAS dobrava os já altos salários de seus executivos. Que se preservem os
qualificados de competentes técnicos da PETROBRAS do assédio internacional do
mercado de trabalho, isso é absolutamente certo, mais do que isso, é um dever.
Mas na esteira disso, dobrar salários de executivos que não têm qualquer
vínculo com a atividade e a história da indústria do petróleo, isso só tem um
nome; sabotagem para desmoralizar a PETROBRAS.
Muita
coisa poderia ainda se dizer, acrescento apenas um resumo das principais
realizações que a estatal do petróleo proporcionou à Nação, fruto do trabalho
de pesquisa da Associação dos Engenheiros da PETROBRAS e do seu enorme corpo
funcional: grande impacto no desenvolvimento tecnológico do Brasil; preços
praticados por ela, sempre abaixo do mercado internacional; o País jamais
deixou de ser abastecido e com custos abaixo do mercado internacional; o País
economizou centenas de bilhões de dólares em divisas; a Nação é dona de
expressivo patrimônio industrial estratégico e teve excelente retorno
financeiro; a viabilização do programa do álcool.
Para
finalizar, Sr, Presidente, no mundo globalizado em que vivemos, lembrava, de
forma objetiva, o Vice-Presidente do meu Partido e ex-Ministro da Fazenda Ciro
Gomes, que a Vale do Rio Doce, já vendida a preço vil, e a PETROBRAS são empresas
estratégicas, trunfo do qual o Governo Brasileiro poderia se valer na sua
política de negócios internacionais O Governo Federal certamente não pensa
assim. Nessas condições, na fúria de dilapidar o patrimônio público, pretende
se desfazer da PETROBRAS. Contra esse ato criminoso, apelamos à sociedade que
se mobilize no sentido de evitar a venda da empresa. Assim estaremos defendendo
os interesses nacionais e honrando a memória daqueles que deram seu sangue em
defesa da nossa soberania. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos, como extensão de Mesa, a
presença do Sr. Aloísio Bamberg, Vereador de Canoas; Sr. Nilo Pacheco de
Quadros; Sr. Alvacir da Silva; Sr. Miguel Jefinny, sindicalista aposentado da
PETROBRAS e Presidente do PPS de Canoas e da Executiva Regional do PPS; Sr.
Juberlei Bacello, representante da Federação dos Bancários do Rio Grande do
Sul; e o sempre Ver. Raul Carrion.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) É muito importante a iniciativa do
Ver. Lauro Hagemann em propor esse debate nesta Casa. No que se refere à
história do Brasil, naquele momento em que se iniciou a discussão, não apenas
sobre o petróleo, mas, por exemplo, sobre a produção de ferro, e aí temos a
questão de Volta Redonda e toda uma série de outras produções de base no País,
foram fundamentais para transformar o Brasil, quando em um momento difícil e em
um momento em que decidimos, de certa maneira, um novo patamar na história
brasileira, não só do presente, quanto do futuro. Parece-me que retornar ao
debate dessas questões é fundamental e, recordando, sobretudo, com o maior
respeito, aqueles que ao acreditarem nessas idéias, eventualmente, chegaram a
dar a sua vida por elas.
Por
outro lado, estranho não ver aqui, neste ato, nenhuma pessoa representando a
PETROBRAS, não sei se não foram convidados ou se, por desrespeito a esta Casa,
não compareceram. Eu vou cobrar da direção da mesma por que a Direção da
Empresa não se fez presente neste ato, porque, independente do que se diz aqui,
no que se refere as posições de cada Bancada, a direção da PETROBRAS, que é
hoje uma empresa estatal que representa de uma certa maneira o resultado desse
trabalho, ela tem que ter respeito com relação a essas ocasiões. Se foram
convidados - e o Ver. Lauro Hagemann fez um sinal que foram -, deveriam estar
aqui. Fica o meu protesto em relação a essas pessoas que não sabem representar
uma empresa como é a PETROBRAS.
O
Ver. Lauro Hagemann, de certa maneira, tirava-me as palavras, com as quais eu
queria me referir aqui sobre a luta, ao lembrar a memória de Monteiro Lobato.
Eu aproveito, Ver. Lauro Hagemann, para, retomando essa imagem de Monteiro
Lobato e, casualmente, ontem eu relia alguns textos em torno da luta que ele
desenvolveu sobre esse tema, para lembrar que em um primeiro momento a questão
do petróleo nasceu, exatamente, de pessoas que tinham muito mais uma ligação
com a industrialização brasileira, preocupações que pouco tinham a ver com a
população lato sensu, do povão
brasileiro, mas que tinham uma visão de tentar aproximar o Brasil, no seu
desenvolvimento, de um nível que condissesse com aqueles países mais
desenvolvidos. No caso do Monteiro Lobato, é sempre bom lembrar que ele havia
sido representante brasileiro nos Estados Unidos, na ONU, e, conhecendo os
Estados Unidos, deu-se conta que, ou o País se reorganizava e se fortalecia
nessas áreas fundamentais; ou, realmente, jamais conseguiria dar o seu salto de
qualidade. Teve razão ele, ironia da sorte. Certamente, poder-se-ia dizer
qualquer coisa do Monteiro Lobato, menos que ele fosse comunista, e, pela luta
em torno do petróleo, acabou ele sempre sendo aproximado, sobretudo por parte
de segmentos mais conservadores e reacionários da sociedade brasileira, dos
comunistas, como se pecado fosse ser comunista ou lutar por suas idéias. De
toda a maneira, Monteiro Lobato fez essa luta, e fez a luta do modo como ele
sabia fazer, escrevendo, debatendo, publicando livros, artigos de jornal e,
dentre outras coisas, acabou-se incomodando com a polícia da ditadura Vargas,
exatamente por causa dessa sua disposição.
Portanto,
aqui me parece, na presença dos companheiros que representam as diferentes
entidades, e permitem-me nomear, muito especialmente, o companheiro Ercy Torma,
Presidente da ARI, e, através dele, todos os demais companheiros da Mesa, nós,
do PSDB, queremos dizer que temos muita clareza sobre o que significou essa
luta. Mas também queremos deixar registrado que entendemos que é diferente a
situação que viveu o Brasil entre os anos 40 e 50 e a situação do ano 2000,
entrando no novo milênio. Se lá foi fundamental aquela luta, hoje, nos parece
que é fundamental outro tipo de luta, que não é abrir mão do controle da
política em relação ao petróleo, mas, sim, buscar uma dinamização, uma
flexibilização, uma eficiência no sentido de que, realmente, a matéria prima
não fique apenas abaixo do solo, mas possa ser colocada à disposição da
sociedade brasileira.
Portanto,
quero dizer que, no que toca à nossa Bancada nesta Câmara, através do Ver.
Cláudio Sebenelo e de mim, somos parceiros na discussão desse tema. Não temos
medo de discuti-lo em momento algum, e, sobretudo, temos orgulho, sim, daquelas
lutas que se desenvolveram nos anos 40 e 50 em prol dessa idéia simbolizada no slogan que o Ver. Lauro Hagemann lembrou
aqui: “O Petróleo é Nosso”. Eu diria, Ver. Lauro Hagemann, o petróleo deve
continuar sendo nosso, mas não pode ser propriedade apenas de alguns do País.
Deve ser propriedade de todo o povo brasileiro, e daí a necessidade de uma
política hoje que pense efetivamente no contexto brasileiro, na situação de
globalização na qual vivemos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cyro Martini está com a palavra.
O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) O proponente da homenagem, Ver.
Lauro Hagemann, já situou com clareza o campo sobre o qual nós laboramos. Já
disse das razões da homenagem por ele proposta nesta Casa e com justiça. Também
o Ver. Antonio Hohlfeldt expôs com clareza e autoridade a respeito da matéria.
Há questões que são vitais para a Nação, para o País. Há elementos da natureza
de capital importância, para o País, para o povo, não interessa qual a nossa
ideologia, se de esquerda, de direita, não tem importância. Se tivesse
importância, as posições seriam distintas, relativamente aos países sob regimes
diferenciados e tal não ocorre.
Todos
procuram petróleo, porque neste ouro preto, está uma riqueza de extrema
importância para o País, que o digam aqueles que estão compondo há anos a OPEP,
e não haveria de ser nós, brasileiros, que nos daríamos ao luxo de abrir mão de
uma riqueza dessa ordem. Claro que não poderia sermos nós. Por quê? Nós também
precisamos do petróleo, ele é importante para o País. E nós temos que assegurar
desde a sua origem e assim permanecer que ele é nosso, e é nosso também aquilo
que o administra, a PETROBRAS. Não é dos diretores que buscam salários, não sei
se condizente, mas, de qualquer sorte, polpudos. Não é deles, é do povo
brasileiro, é desta Nação, e isso nós temos que garantir. É importante para a
soberania nacional, para que o País possa crescer, ter força e a par disso a
sua identidade, a sua personalidade, para se sobrepor no concerto das nações, e
poder conceder ao seu povo um nível de vida compatível com a dignidade da
pessoa humana. E nisto, e para isso em muito colabora o petróleo. O petróleo
não é apenas o carro que circula pelas ruas e pelas estradas, é muito mais do
que isso, é desde a casa que ostenta aparelhos de toda a sorte que dependem
desta matéria-prima. Se subtrairmos da nossa vida, hoje, o petróleo, os nossos
edifícios caem, a nossa Nação cai.
Por
isso, Sr. Presidente, fica aqui o nosso registro que continua de pé a Bandeira
Nacional em prol do petróleo, ele é, e aquele que está nos ouvindo sabe também
disso, ele é nosso, e assim deverá continuar sendo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Sr. Geraldo Góes Cruz está com a
palavra.
O SR. GERALDO GÓES CRUZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Mais do que dados numéricos,
técnicos, entendemos que o dado mais importante do que se comemora hoje, que
talvez tenha sido um dos períodos mais ricos da história da nossa República, é
exatamente o dado componente político. A campanha, muito bem lembrada pelos
Vereadores que me antecederam, teve a mágica, o poder de unificar a Nação
brasileira em todos os quadrantes, em todos os segmentos, independente de matiz
ideológico. Quando se fala, nos dias de hoje, no desmonte desse patrimônio
conquistado a duras penas, não só o aspecto econômico envolve o que está sendo
praticado, entendemos que, acima de tudo, envolve o aspecto político. Todos os
argumentos usados à época como falta de competência, falta de dinheiro, de
recursos financeiros, falta de tecnologia, a realidade se contrapôs de maneira
inconteste. O povo brasileiro, classificado à época de incompetente, além de se
unir politicamente, o que é um dado preocupante para as nações dominantes, deu
uma demonstração tecnológico-financeira de que somos capazes de traçar os rumos
da nossa história e do nosso futuro. O Ver. Antonio colocou, no seu
pronunciamento, que os dias de hoje mudaram, o cenário é outro, principalmente
do ponto de vista econômico, invocando a globalização. Entendemos que os
argumentos usados, com roupagem diferente, são os mesmos de hoje, porquanto,
para convencer uma bancada que se arvorava como nacionalista, no Congresso
Nacional, quando da discussão da quebra do monopólio, o Governo usou o
argumento da falta de recursos e necessidade de investimentos e a empresa que
praticava, ao longo desses quarenta e seis anos, o monopólio estatal do
petróleo era incapaz de cumprir, que a demanda, com relação ao aumento de
consumo de combustíveis, exigia uma postura e uma ação muito mais pujantes.
O
monopólio foi quebrado em 1995, regulamentado dois anos depois, e até o momento
não houve um centavo de investimento estrangeiro, mormente na área do refino.
Temos um projeto, concebido fora do País, para a instalação de uma refinaria de
petróleo no Ceará, e, pelo que sabemos, nem a terraplanagem foi concluída. No
entanto, temos, dentro da lógica que domina esse setor em todo o mundo, uma
ação muito decisiva e ostensiva do grande capital internacional, é na chamada
compra de ativo da nossa empresa. Temos um exemplo muito próximo de nós, é o
que se passa hoje na Refinaria Alberto Pasqualini, que está na mira da
privatização, como uma das primeiras unidades de refino da PETROBRAS a ser
repassada para o capital estrangeiro. Sob o subterfúgio de parceria, temos a
investida de uma empresa de capital espanhol que, há anos, arrebatou totalmente
a PETROBRAS dos argentinos, que é a empresa YPF. E, hoje, se tem notícia,
porquanto todas as informações que tratam dessa questão são tratadas a quatro
chaves e o que chega à imprensa não é, sequer, a metade do que efetivamente
está sendo transacionado, é a troca de uma refinaria num país onde a economia é
combalente, uma economia dolarizada, unidade superada, do ponto de vista
tecnológico, por nada mais do que parte da produção da Refinaria Alberto Pasqualini.
Quando se ouve uma crítica, como foi colocada, aqui, precedentemente, pelo Ver.
Antonio a respeito da representação oficial da PETROBRAS, neste ato, eu não
afirmo, mas declaro que nada me assegura de que o Superintendente da Refinaria
Alberto Pasqualini não tenha sido liberado para representar a PETROBRAS neste
ato, porque o controle, o enquadramento existente, hoje, na Empresa passa por
ações dessa ordem e tivemos um fato que denunciamos na época, e aproveito para
relembrar agora, numa tentativa de visita do ex-Governador Leonel Brizola que,
quando Governador deste Estado lutou pela implantação da Refinaria da
PETROBRAS, no Rio Grande do Sul, inclusive doando, através de desapropriação, o
terreno onde foi instalada a Refinaria, sua tentativa de visita foi total e
literalmente boicotada, conseguida à base de uma pressão enorme, negada até uns
minutos antes da sua chegada aos portões da Refinaria. Pelo que foi apurado,
partiu dos altos escalões da República, mais precisamente do Ministério ao qual
a PETROBRAS está subordinada: o Ministério das Minas e Energia.
Então,
Senhoras e Senhores, Srs. Vereadores, é dentro desse cenário que se festeja ou
que se assinala, entendemos talvez a expressão mais adequada, os 46 anos dessa
empresa que às custas de muito trabalho, muita luta política de todos os
brasileiros, conseguiu realizar o que foi colocado, aqui, magistralmente pelo
Ver. Lauro Hagemann.
Para
finalizar, gostaria, dentro dessa linha de denúncia, dizer que a estrutura
oficial da PETROBRAS, de certa forma, no nosso entendimento, para não lembrar
aos brasileiros o que significa essa empresa na sua vida diária, o que
significou a sua implantação e o seu sucesso, simplesmente ignorou essa data de
10 de maio. Em compensação tivemos ações que nos levam a assegurar o que
pretende a alta cúpula republicana. Depoimento do Presidente da PETROBRAS na
Comissão Especial do Congresso, defendendo a venda dos excedentes de ações;
palestra do Presidente da Agência Nacional de Petróleo - ANP - na FEDERASUL,
com o título de “Abertura nas Fronteiras do Petróleo”, tivemos a oportunidade
de estar presentes e, infelizmente, sobre o tema proposto na palestra nada foi
dito e o registro en passant não foi
nada convincente.
E,
por último, já mencionado aqui pelo Ver. Lauro, o aumento de 123% a executivos
da PETROBRAS - onde se lê executivo, leia-se o Presidente e diretores vindo de
atividades totalmente distintas à área do petróleo -, enquanto o corpo técnico,
sufocado; os empregados com salários irrisórios, totalmente defasados em termos
de realidade de mercado, nada tiveram.
Agradecemos,
em nome da Comissão do SINDIPETRO, essa homenagem, fazendo uma conclamação aos
Srs. Vereadores que, no nosso entendimento, é o primeiro elo de ligação dentro
do regime democrático entre a base da população e os destinos do País. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Agradecemos, pelas suas presenças, ao
Sr. Cézar Przigodzinski, Presidente do Sindicato dos Petroleiros-RS; ao Sr.
Agemiro Pertence, Vice-Presidente da Associação dos Engenheiros da PETROBRAS;
ao Sr. Geraldo Góes Cruz, Coordenador da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio
Estatal do Petróleo e da PETROBRAS; ao Jornalista Ercy Torma, Presidente da ARI
e ao Sr. Sérgio Borja, representante da Universidade Federal do RS. Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h18min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às
15h20min): Estão
reabertos os trabalhos.
O
Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não
vou levantar a voz, porque, quem sabe o que fala não precisa gritar. Eu deixo
bem claro que jamais serei afrontado pelo Regimento e pela Lei Orgânica que
jurei cumprir. No momento, eu não vou falar na safadeza da Secretaria Municipal
de Administração, mas voltarei a falar com detalhes, não se preocupe Ver. Adeli
Sell. Lembro Alexander Hamilton, estadista americano. Ele dizia: “Caráter
testa-se em coisas pequenas. Quando queremos saber para que lado sopra o vento,
atiramos ao ar não uma pedra, mas uma pluma”.
Na
sexta-feira, tivemos um debate amplo sobre o desonesto e desrespeitoso Ofício
do Sr. Prefeito, pedindo autorização para viajar. Nós não tivemos oportunidade
de debatê-lo, mas nada impede que, hoje, em Comunicação de Líder, eu o faça.
Está dito no Ofício nº 236, do Prefeito, que a Prefeitura de Saint-Denis
custeará parte das despesas da viagem, arcando o Município de Porto Alegre com
o restante, totalizando 3 mil, 317 reais e 61 centavos. Não está informado se esse
valor corresponde às diárias. Como dizia Hamilton, quando eu quero testar o
caráter, ou melhor, o vento, eu jogo uma pluma e não uma pedra. Sete diárias:
digamos que fosse esse o direito que o Sr. Prefeito tinha, e não tinha, isso
corresponderia a 3 mil, 152 reais.
Portanto,
o Prefeito foi desonesto na informação, desonesto os que deram a ele o
documento para ser assinado, mentirosos os que assinaram, porque não era nada
disso que estava dizendo, e ele também não tem que ficar todos os dias que ele
diz que tem que ficar. Ele poderia chegar no dia 17 e sair de lá no dia 20,
quando ao meio-dia se encerra a atividade para o encontro de amigos para o qual
ele vai. E é tão encontro de amigos, que lhe dizem com toda a clareza que sabem
das responsabilidades que ele tem no momento: “Sabemos que estás muito ocupado,
mas desejamos muito tua presença nesta data”. Por isso aquele dia eu falei em
francês e disse sobre o verbo tutoyer.
Tutoyer é tratar por tu, e tu só se trata os íntimos; não aqueles que,
oficialmente são convidados.
Então,
o Prefeito, que se fosse contar diárias, teria direito a 3 mil, 152 reais e 45
centavos, admitindo que ele viajaria os sete dias, o que não é verdade - vai
terminar o Congresso em Saint-Denis e ele ainda vai ficar passeando lá -, ele
diz que parte é pago pela Prefeitura de Saint-Denis, e a Prefeitura de Porto
Alegre arca com 3 mil, 317 reais e 61 centavos. É mais do que as sete diárias
que o Decreto, assinado por S. Exa. Monsieur
Le Maire, assegura ele. Eu não tenho por que acreditar que um Prefeito que
procede desta forma, que vai a um debate que não diz respeito à Prefeitura, que
faz uma série de inverdades, que coloca o ofício e não coloca o segundo ofício,
que se exige que seja colocado o ofício, porque ele não diz: “Eu vou viajar,
porque estou acostumado a viajar um de cada cinco dias, e eu tenho que cumprir
a minha média, me dêem sete diárias, que é menos do que eu estou mentindo que
vai custar para a Prefeitura”. E a Prefeitura de Saint-Denis dará mil francos
para ele fazer sua inscrição.
Então,
na realidade, eu gostaria de ter usado o tempo, ao qual eu tenho direito na
forma do Regimento e que me foi negado, mas que eu vou falar da safadeza da
Secretaria Municipal de Administração, eu vou falar, porque safadeza é safadeza
- eu estou falando em voz baixa, nem estou tão bravo, e quero até que alguém
peça a Comissão de Ética, para dizer que safadeza é muito para aquelas figuras
extraordinárias que lá estão e que bancam os safados com a maior tranqüilidade,
dando esperanças que serão transformadas em frustrações imediatamente. Mas, eu
volto. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Registramos o comparecimento à Câmara
Municipal de Porto Alegre de uma comitiva referente à data do Dia Internacional
dos Museus. Existe uma intensa programação, que está sendo realizada a partir
da data de hoje, durante toda semana, não só em Porto Alegre, mas em todo
Estado, e com muita honra estamos recebendo o Secretário Estadual da Cultura,
Sr. Luiz Pilla Vares; o Coordenador do Sistema Estadual de Museus, Sr. José do
Nascimento Júnior; a Diretora do Instituto Estadual de Artes Visuais, Sra.
Bianca Knac e a Coordenadora do Escritório da UNESCO, no Rio Grande do Sul,
Sra. Tânia Franco Carvalhal. Sejam bem-vindos à Câmara Municipal de Porto
Alegre.
O
Sr. José do Nascimento Júnior está com a palavra, para brevemente estender o
convite e a divulgação da programação à Câmara Municipal de Porto Alegre.
O SR. JOSÉ DO NASCIMENTO JÚNIOR: Boa tarde aos Sras. e Srs. Vereadores,
aos presentes nesta Sessão, é um prazer poder estar aqui. Primeiramente,
gostaria de agradecer a esta Casa pela aprovação, no mês de abril, de uma Moção
de apoio à iniciativa do Governo do Estado, de retomada do Sistema Estadual de
Museus. Aproveito a oportunidade para agradecer à Câmara Municipal de Porto
Alegre por esta deferência ao Governo do Estado em relação à retomada dos
trabalhos do Sistema. Estamos comparecendo nesta tarde com os colegas Bianca
Knac, o Sr. Secretário Luiz Pilla Vares e a Professora Tânia Carvalhal,
Coordenadora da UNESCO no nosso Estado, no sentido de divulgar a Semana do Dia
Internacional dos Museus, que é uma iniciativa de realização do Sistema
Estadual de Museus da Secretaria Estadual da Cultura, do Instituto Estadual de
Artes Visuais, e de um conjunto muito grande de entidades que apóiam, colaboram
no sentido de promover e debater a questão dos museus em nosso Estado. Este
ano, particularmente, temos o tema da cultura da paz que é o tema instituído
pelo Conselho Mundial de Museus, junto com a UNESCO, o qual nos engajamos nesta
temática: os museus como caminho da paz e da harmonia na sociedade, para que
nós possamos, no conjunto das instituições museológicas de nosso Estado, fazer
essa reflexão, não só sobre a política cultural na área dos museus mas, também,
ecoar esse tema da paz, que é um tema onde os museus têm dado uma contribuição
muito grande desde os momentos mais dramáticos da civilização mundial, nos
períodos das guerras, até no seu cotidiano na nossa Cidade e em nosso Estado. É
um momento importante para a Secretaria, para o sistema, onde nós reafirmamos
essa questão, colocamos os museus em uma campanha internacional de apoio a essa
questão da cultura da paz e aproveitamos para fazer uma reflexão sobre a política
cultural, a questão da paz e o processo de engajamento nessa campanha.
Esse
trabalho é feito em conjunto com todas essas entidades e com conjunto dos
trabalhadores na área de museus no nosso Estado. São duzentos museus em todo o
Estado entre municipais, federais, públicos e privados e é nesse sentido que
nós trazemos essa mensagem à Câmara, que sempre esteve engajada nessas
questões. Nós aproveitamos este momento, mais uma vez, para solicitar à Câmara,
que já é parceira e tem, também, o seu memorial fazendo um trabalho muito
importante nessa área, que se engaje conosco nesta semana e que colabore na
campanha da cultura da paz, que é um momento importante para todos nós, para a
nossa Cidade e para o nosso Estado. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Obrigado ao Coordenador do Sistema
Estadual de Museus. O Sr. Secretário da Cultura, Luiz Pilla Vares está com a
palavra.
O SR. LUIZ PILLA VARES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Inicialmente, quero agradecer ao Poder Legislativo da nossa Capital
pela abertura deste espaço, para que celebremos juntos o Dia Internacional dos
Museus na nossa Cidade. Ao mesmo tempo, quero convidar o Legislativo
porto-alegrense para participar dos atos comemorativos, segundo o programa.
Para nós, o museu não é uma sede onde se localizam objetos mortos. Para nós, e
essa é a orientação do companheiro Júnior, que coordena o Sistema Estadual de
Museus, os museus são centros de vida, porque não existe uma separação mecânica
entre o passado, o presente e o futuro. A história, tanto a natural quanto a
das sociedades, são constituídas de processos. E esses processos precisam ser
guardados, revivificados e colocados sempre como referência para a criação de
uma memória coletiva. Esta é a importância fundamental dos museus, ainda mais
neste ano, em que se coloca uma questão de uma atualidade, como é a questão da
paz.
O
mundo hoje é um cenário de guerras contínuas. Para além da mitologia do
neoliberalismo, o mundo se transformou numa revitalização das guerras nacionais
e das xenofobias. Hoje, em todo o mundo se celebra, no Dia Internacional do
Museu, a luta pela paz e a luta pela vida; uma luta digna, uma luta na qual
todos os cidadãos devem-se engajar para preservar aquele bem mais precioso de
todos, que é a vida, que é a humanidade. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito
obrigado Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Esta Presidência registra, com muita
honra, a presença de uma delegação do Colégio Frei Pacífico, de Irmãs
Franciscanas. A Irmã Edi e outras Irmãs nos acompanham neste Plenário. Sejam
bem-vindas; a Câmara as recebe com muita honra.
Neste
momento, esta Presidência quebra o protocolo e coloca a palavra à disposição
das demais convidadas. A Prof.ª Coordenadora do Escritório da UNESCO do Rio
Grande do Sul, Tânia Carvalhal, está com a palavra.
A SRA. TÂNIA CARVALHAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes). É com imensa satisfação que o
escritório da UNESCO no Rio Grande do Sul, em nome a representação da UNESCO em
Brasília, se associa a esta iniciativa do Sistema Estadual de Museus, na medida
em que este Sistema, ao articular diferentes entidades para comemorar,
justamente, o Dia Internacional dos Museus, no próximo dia 18 de maio, atinge
os seus objetivos que são de articular todas as entidades que trabalham com a
mesma finalidade, e articulá-las por meio de um lema, que tem sido o lema da
UNESCO para este novo milênio, para este ano 2000, que é reencontrar uma
cultura da paz, trabalhar por uma cultura da paz. O ICOM - Sistema
Internacional de Museus - associou-se, por meio dos museus como caminho da paz
e da harmonia na sociedade, assumindo esse lema e tentando concretizá-lo em
diferentes dimensões e em diferentes entidades. Portanto, é com muita
satisfação que nós aqui estamos reiterando este apoio, o apoio a essa
iniciativa.
Gostaríamos
de passar ao Sr. Presidente da Câmara Municipal o texto do manifesto do
Movimento Global da UNESCO para o Ano Internacional da Cultura da Paz, pedindo
para que, depois, este documento circule pela Câmara com a adesão dos
diferentes integrantes desta ilustre entidade, e que possamos, assim, mais uma
vez, mostrar que o Estado está unido num movimento que é verdadeiramente
internacional em favor de uma cultura da paz. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Esta Presidência, em nome dos trinta e
dois Vereadoras e Vereadores, reitera o apoio a essa programação feita
juntamente com parceiros importantíssimos, como é o caso do escritório da
UNESCO no Rio Grande do Sul, do Conselho Internacional de Museus, da Associação
Brasileira de Antropologia, da Universidade Federal de Pelotas, da Assembléia
Legislativa e do Conselho Estadual de Cultura, que são entidades que também
estão articuladas nessa programação realizada pelo Sistema Estadual de Museus,
através da sua Coordenação, e da Secretaria Estadual de Cultura, que está
presente neste momento. A Câmara agradece pela presença dos senhores e deseja
que a programação obtenha êxito. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h40min.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum - às 15h43min):
Estão reabertos os
trabalhos. O Ver. Adeli Sell está com a palavra no período de Comunicações.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o
momento não me parece adequado para que esta Câmara continue, permanentemente,
a partir de um bloco de Vereadores, apenas fazendo críticas e usando adjetivos.
Precisamos usar substantivos! Eu vou usar substantivos para falar de Porto
Alegre, nossa querida Cidade Sorriso. Vou elogiar o que está correto, e, em vez
de apenas criticar, eu vou propor o que penso que se deva fazer.
Porto
Alegre está num processo de revitalização, como acontece com todas as cidades
modernas que querem estar de acordo com a modernidade e continuar nela,
entrando no século XXI como exemplos de cidades que possam dar qualidade de
vida a seus habitantes. Discutido a revitalização do Centro de Porto Alegre,
podemos citar elementos muito importantes, como, por exemplo, o Viaduto Otávio
Rocha, que está sendo restaurado, num processo extremamente importante. Está
ficando maravilhoso! É claro que houve atrasos, já recebemos queixas dos
usuários daquele espaço, cobramos isso da Administração e estamos notando maior
agilização. É óbvio que vamos colocar aqui um problema que estamos levando ao
Governo Municipal, refiro-me à questão de segurança, porque, como devemos
preservar aquele belo patrimônio, e penso que as portas não terão a segurança
que tinham, vamos contatar a Prefeitura, já que se trata de patrimônio público,
para que possamos contar, talvez, com a Guarda Municipal.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, V. Ex.ª levanta um assunto que tem a minha
profunda simpatia, principalmente depois que fui recebido pelo Prefeito em
exercício, João Motta, e pela Ver.ª Helena Bonumá, que me mostraram que os
processos de revitalização da área central, e outros locais, existem e que
virão a esta Câmara. Meus cumprimentos
O SR. ADELI SELL: Vou continuar nesta questão, penso que
avançamos bastante ao trabalharmos a questão dos camelôs no Centro, e também
quando temos a parceria com o SENAC, no nosso belo Chalé. Mas precisamos
discutir a questão da segurança pública na Praça XV, que hoje é um local
inseguro. Inseguro, porque algumas coisas estão ali necessitando de mudança,
não apenas um maior policiamento, e essa é uma demanda, uma reivindicação que
faço de público, pois tenho contatado muito a Brigada Militar nesse sentido.
Mas, também, se acordamos e aprovamos nesta Casa um espaço especial para os
camelôs, não podemos aceitar o comércio ilegal, contra todas as normas do
Município, na frente do Mercado Público, no entorno do Chalé da Praça XV,
fazendo com que aquele local se torne um local inseguro, e aí não teremos a
revitalização. Estamos gastando dinheiro público e a Cidade é de todos. O
Centro é o bairro de todos nós, por isso não podemos deixar que algumas pessoas
ocupem um espaço público, atrapalhando a vida de milhares de cidadãos que
circulam por aquele espaço. Então, em muitos momentos, estamos vendo pessoas
que vêm de outros lugares, vendendo qualquer coisa, qualquer quinquilharia, e
armam até som, ali. Então precisamos tomar uma iniciativa ousada.
Estou
falando isto, aqui, porque este meu discurso vou mandar para todos os órgãos
competentes, em nível federal, municipal, estadual, que tenham a ver com o
Centro da Cidade e com as coisas que são atinentes ao Centro, inclusive à
Receita Federal, porque recebi hoje, da Secretaria Municipal da Saúde, um
retorno sobre a questão da venda dos óculos de grau no Centro. Há uma legislação
que diz que, para fazer a venda de óculos de grau, é necessário ter
habilitação, é preciso ter a licença de um profissional dessa área. Remeti à
SMIC, por ofício, questionamentos sobre essa fiscalização e o faço de público,
porque isso vai contra as mínimas questões de segurança da saúde pública.
Precisamos
fazer uma discussão global sobre essas questões, e enfatizo que, na minha
opinião, a Galeria Pio XII é o espaço ideal para um shopping do povo, para formalizar o trabalho informal dos camelôs.
E nós devemos coibir a venda ilegal, clandestina, de contrabando, a pirataria
no Centro da Cidade e cuidar o entorno do Chalé da Praça XV e a entrada do
Mercado Público. Aí, sim, Porto Alegre será melhor ainda, porque ela é uma
cidade muito boa.
Eu
acho que quem tem sugestões para corrigir situações que devam mudar, tem que
vir aqui e propô-las. Isso é o que estou fazendo com o meu Governo, com o meu
Partido. Assumo a minha responsabilidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antônio Losada está com a palavra
no período de Comunicações.
O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, não
poderíamos deixar de comemorar os 45 anos de instalação da PETROBRAS em nosso
País. Foi uma campanha marcante pelo "O Petróleo é Nosso", onde
tombaram vários operários, defendendo o monopólio estatal do petróleo. Além
dessa grande campanha, houve outras campanhas significativas em nosso País,
tais como a que se fez em prol da anistia e das Diretas, com grande participação
popular, que culminaram com a vitória dos trabalhadores. Entretanto, as elites
sempre souberam reverter essas grandes conquistas populares. E hoje, com a
nossa PETROBRAS, mais uma vez tentam reverter essa grande conquista, quebrando
o monopólio estatal do petróleo entregando-o às multinacionais; o petróleo, que
é de tanta valia para a economia brasileira, pois, nestes quarenta anos, já se
economizou mais de 10 bilhões de dólares dos cofres da Nação.
Mas
o assunto que me traz a esta tribuna, e que deve preocupar também os
legisladores, é a situação de desemprego crescente em nosso País, em nosso
Estado e na nossa Cidade. Estamos com um projeto tramitando nesta Casa que
obriga a prestação de serviços de empacotamento nos estabelecimentos comerciais
denominados de supermercados, que possuem área construída, computada, superior
a 3000m. Isto é, obrigando as redes de supermercados a colocarem empacotadores
para prestar o serviço à massa de consumidores que acorrem a esses
estabelecimentos. Sem dúvida, a questão do desemprego é seríssima no nosso
País. Com o avanço da tecnologia, há uma produção industrial maior em nosso
País. Por outro lado, há a redução massa salarial e aumenta o número de
desempregados. É necessário, urgente, que os legisladores e o Governo busquem
uma saída para a questão do desemprego. Então, com referência a esse Projeto
que nós apresentamos, nesta Casa, e que está tramitando, nós pedimos a atenção
dos Senhores legisladores no sentido de possibilitarem que os supermercados
gerem um número, só na Cidade de Porto Alegre, equivalente a mil empregos. Para
isso, tem que haver uma boa vontade dos legisladores e do nosso Executivo, no
sentido de que esta Lei se concretize. Nós sabemos o quanto é duro, para uma
família, ter um dos seus membros, às vezes mais do que um, desempregado,
andando de porta em porta, tentando resolver o problema do desemprego, sem
consegui-lo, devido à profundidade da crise. Só o Poder Público, só o Estado,
pode, efetivamente, contribuir para amainar, para reduzir o estado em que se
encontra a massa de desempregados, já que a iniciativa privada tem como
objetivo principal e fundamental o lucro, sempre buscando o lucro.
Agora
mesmo, duas grandes fábricas de cervejaria se uniram, com o comprometimento,
junto ao Sindicato, de não reduzir empregos. Mas não tenham a menor dúvida: a
fusão dessas duas grandes empresas de cerveja é exatamente para reduzir o
número de empregados, para economizar, e, com isso, marginalizar a massa de
trabalhadores e operários que contribuíram para o engrandecimento econômico
dessas empresas. E, como resposta, o que ocorre? A aquisição de máquinas
modernas, de alta tecnologia para desempregar, jogar no olho da rua aqueles que
possibilitaram a acumulação de capital para que se pudesse essas máquinas
modernas.
Portanto,
queremos alertar as Casas Legislativas do nosso País para que tenham uma
atenção especial com a situação de gravidade da massa de desempregados, porque
pode ocorrer que essas Casas Legislativas passem, também, a significar, para
essa massa de desempregados, como algo que contribui não para amainar essa
situação, mas para agravar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Tereza Franco está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, demais
presentes, ocupo esta tribuna para dizer que estava no meu gabinete atendendo,
quando ouvi o pronunciamento do Vereador que antes estava na tribuna. Concordo
que fomos eleitos para defender a Cidade, mas, ao mesmo tempo, eu me preocupo:
como os camelôs vão viver? Não existe cidade sem pessoas. Ele falou que devemos
zelar pelo Chalé da Praça XV. Concordo, é um grande monumento da nossa Cidade.
Mas antes de coisas materiais, eu me preocupo com o humano, que é o camelô,
porque o que eles vêm sofrendo com a SMIC, não é fácil. Agora, se nós, os
Vereadores, entrarmos nessa com eles, acho que eles vão sofrer dobrado.
Deveríamos pensar num lugar para eles, onde eles possam viver a vida deles,
ganhar o pão deles, porque ali há pessoas de idade. Hoje em dia, arrumar
trabalho com trinta e cinco anos já é uma dificuldade, imaginem com quarenta,
cinqüenta, sessenta anos, como aquelas pessoas, que não tem mais condições a
não ser vender.
Então,
ocupo a tribuna em nome da minha Bancada, do meu Líder para dizer que me
preocupo muito com os camelôs, eles foram uma das minhas plataformas políticas,
e durante todos esses três anos e pouco que aqui estou, estou sempre a favor
deles. Infelizmente, nós não conseguimos nada. Já reuni eles, levei na SMIC, a
SMIC conversa um pouco e não resolve. Mas, agora, o que eu ouvi aqui do
Vereador, me preocupou muito. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Queremos registrar a saudar a presença da
Ver.ª Genoveva Hass, Vereadora do PT, de Santo Cristo. Seja bem-vinda.
O
Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, hoje,
para o magistério, é um dia muito importante, pois há exatamente cinqüenta
anos, no dia 15 de maio de 1950, o Papa Pio XII conferiu, a São João Batista de
La Salle, o título de Padroeiro dos Professores. No nosso Estado, em 1958, o
Governador Ildo Meneghetti declarou La Salle Patrono do Magistério Público do
Rio Grande do Sul. É importante salientar, para que a população saiba, quem foi
São João Batista de La Salle. Podemos dizer que ele foi o promotor da educação
popular. La Salle contribuiu para o surgimento daquilo que se chama civilização
escolarizada. Lutou para que todos tivesse acesso à educação quando, meio
século depois, Russeau ainda defendia que o pobre não precisava de educação.
Possibilitou tal acesso pelo estabelecimento da gratuidade universal em suas
instituições e procurou fazer tal acesso desejado pelos pobres através da
persuasão e da atração exercida por escolas adequadas e eficazes, e mestres
competentes e atrativos. Em Porto Alegre, nós temos quatro escolas lassalistas:
São João, Santo Antônio, Dores e Santo Antônio Pão dos Pobres. Temos inúmeros
Vereadores oriundos de escolas lassalistas. Ver. Cláudio Sebenelo, eu sei que
V. Ex.ª é um Vereador oriundo da escola lassalista.
O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Ex.ª permite o aparte? (Assentimento
do orador.) Eu agradeço por me conceder o aparte. Sou lassalista convicto. São
João Batista de La Salle foi o primeiro a idealizar, organizar e sistematizar o
ensino coletivo; o ensino individual e o ensino em pequenos grupos era usual,
naquela época, na Europa. La Salle fez, do ensino coletivo, a possibilidade de
haver um acesso maior de pessoas ao conhecimento. Só isso faz com que La Salle
não seja somente o patrono dos professores do Rio Grande do Sul, mas também o
patrono dos professores do mundo inteiro. Muito obrigado.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muitos dos princípios que hoje defendo eu aprendi no Ginásio do
Carmo, em Caxias do Sul. Eu tenho a satisfação e a felicidade de hoje ainda
procurar um mestre daqueles tempos, mas sobrou somente o Irmão Arnaldo, no Pão
dos Pobres, ao qual podemos pedir um conselho. Muito obrigado.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: São João Batista de La Salle, há
trezentos anos, já prescrevia uma ficha para observação cumulativa do aluno,
porque, para ele, uma das bases da boa educação, é o conhecimento do aluno por
parte do professor. A formação dos professores foi a idéia que guiou La Salle
ao longo de toda a sua vida. A sua preocupação e a sua ação eficaz para a
dignificação e o preparo do magistério continuam, aos olhos dos historiadores
da educação, a sua maior originalidade e o seu maior mérito; a herança
pedagógica que La Salle deixou; a fé na educação, como uma necessidade e um
valor essencial para todos; o educar, como exercício de vida e de preparação
para ela - ainda hoje educar é ensinar a bem viver -; a educação, como
desenvolvimento de chaves para a leitura do mundo, de instrumentos para
orientar-se nele e para atuar sobre ele. A busca da qualidade educativa, em
linguagem de La Salle, é no sentido de fazer a escola andar bem, isto é, ser
eficaz no alcance dos seus objetivos; a importância do professor e de seu
preparo para a vivência; o magistério, como profissão, mas também como paixão;
a centralidade do aluno no processo ensino-aprendizagem, equilíbrio nas
relações professor-aluno. Ele sempre dizia que o educador tem de ter a firmeza
de pai e a ternura de mãe; a participação do aluno na vida escolar.
Por
isso, é com grande satisfação que assinalamos a passagem dos 50 anos em que São
João Batista de La Salle foi declarado padroeiro dos professores do mundo.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há uma
matéria magnífica no Geral, do Correio do Povo de hoje, em que a AGAPAN
defende a adoção da ecopedagogia e diz que é fundamental, na consciência de
quem coloca o lixo no fundo do pátio, saber que também polui e que a água é um
recurso finito. Nós vivemos em um País que possui 8000km de lagoa. Toda a nossa
costa, ao lado do mar, na planície litorânea, é lacustre. Temos um Estado que
possui tantas lagoas, que é chamado Alagoas. Temos uma riqueza imensa em água
potável. A água, para nós, água doce, mesmo sendo o Brasil um país rico, é
finita. Na foto que ilustra essa matéria do Correio
do Povo, congratulando-me antecipadamente com o jornalista que a produziu,
vemos, do cimo de um morro, uma vista deslumbrante do Guaíba sobre as praias da
Zona Sul, especialmente a do Lami. O ambientalista Francisco Milanez diz que a
ecopedagogia é fundamental nos dias de hoje, não só para a água, mas que se
abra uma escola de ecopedagogia para as nossas crianças, e que, se for
possível, se incluam, nessas escolas, os administradores do Município, que
pregam, que só falam em ecologia, mas são um dos maiores predadores que teve a
história desta Cidade.
Que
incluam, nessa escola de ecopedagogia, os ocupantes do Paço Municipal, porque
se algum gravame foi feito à ecologia desta Cidade, esse, indiscutivelmente, o
foi através do Partido dos Trabalhadores, que teve, enquanto mandante, a
hegemonia do Poder em Porto Alegre. Podemos perceber um sintoma grave desse
tipo de administração anti-ecológica só olhando para o arroio Dilúvio, sentindo
o seu cheiro. O mesmo Partido dos Trabalhadores propôs o Sambódromo dentro do
Parque Marinha do Brasil, quando se sabe que, hoje em dia, uma Cidade que se
preza não abre mão de um milímetro de ecologia, não abre mão do seu verde. Mas
o grave, o mil vezes mais grave, é que ele tentou, através de um projeto com
verbas internacionais, despoluir e balneabilizar o Guaíba, e, ao mesmo tempo,
ele colocou uma lixeira lá no aterro da Extrema, que está poluindo a Praia do
Lami. O arroio Manecão desemboca no Lami e, indiscutivelmente o arroio Manecão
está poluído pelo chorume desta lixeira.
Pois,
ao Professor Milanez eu sugiro que matricule os responsáveis pelo Partido dos
Trabalhadores nessas aulas de ecopedagogia, que façam um dia o desenvolvimento,
já que não respeitaram e não respeitam a ecologia, até o contrário, agridem
violentamente a ecologia de Porto Alegre, que matricule nessa escola
ecopedagógica os atuais ocupantes do Poder do Paço Municipal, e que eles,
assim, um dia, tenham a honestidade e a coragem de dizer: “Nós erramos e vamos
corrigir.” Porque enquanto ficarem teimando e dizendo que está muito bem, vão
estar mentindo, como vão continuar agredindo e destruindo a nossa ecologia.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão inscreve-se e
cede o seu tempo ao Ver. Elói Guimarães com a aquiescência dos demais
inscritos. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
evidentemente, vou falar fora do contexto, mas estou falando no dia que marca o
46º aniversário da Lei nº 2.004, talvez uma das leis mais importantes do País,
que instituiu o monopólio estatal do petróleo - a PETROBRAS. Trago um dos
documentos mais significativos da última República, que é a Carta-Testamento de
Getúlio Vargas, onde diz o seguinte: (Lê) “Quis criar liberdade nacional na
potencialização das nossas riquezas através da PETROBRAS e, mal começa esta a
funcionar, a onda de agitação se avoluma. A ELETROBRAS foi obstaculizada até o
desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.” Palavras,
inquestionavelmente, proféticas de Getúlio Vargas. É bom que se diga que, Ver.
Lauro Hagemann, a quem cumprimento pela importante iniciativa, um Presidente da
República, da dimensão do estadista Getúlio Vargas, foi ao suicídio na defesa
do petróleo, na defesa das nossas riquezas básicas e fundamentais. É exatamente
aí que se encontra todo um processo, não foram outras questões somenos
importantes que, muitas vezes, a história indica; não, absolutamente não. A sua
decisão ao lado da libertação do País através da potencialização das riquezas
nacionais é que o levou ao suicídio. Estamos comemorando, hoje, este importante
momento do nosso País, que é, exatamente, a lei que protege, em última análise,
um país. Porque a significação da fonte energética do petróleo para o modelo
contemporâneo, vejam bem, para o modelo produtivo deste milênio é fundamental.
Não há país que abdique do petróleo e que tenha condições, um dia, de ser
livre. Aqui, o Ver. Lauro Hagemann já teceu as considerações todas da luta, dos
grandes momentos de civilidade, dos grandes momentos onde a Nação saiu às ruas
na defesa da sua pátria na campanha “O Petróleo é Nosso”, mas a data é
importante.
Não
faz muito foi a Vale do Rio Doce; e nós temos de dizer a todos que não metam a
mão com a PETROBRAS, não metam a mão com o petróleo, o petróleo é nosso! Isso
constitui um verdadeiro símbolo nacional. E a Nação, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não ficará alheia, dado que isso significa que está incorporado no
psicológico da Nação brasileira, como um símbolo; está ali na PETROBRAS, no
petróleo, representado um verdadeiro símbolo da nacionalidade, o símbolo da
pátria.
Então,
a data é muito significativa, e eu não poderia perder essa oportunidade para
dar o meu pequeno tributo aqui, mesmo fora do contexto da homenagem. Aqui já
não estão mais os líderes sindicais e autoridades que compareceram. Deixo a
minha manifestação de que temos de estar alerta. O dia de hoje, a Sessão de
hoje é um alerta a tantos quantos nos ouvem, no sentido de defendermos o
petróleo como um produto fundamental para a libertação do País, para a própria
emancipação da Nação brasileira. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Décio Schauren está com a palavra
em Comunicações.
O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na
semana que passou acompanhei um grupo de comerciantes e empreendedores, da
Lomba do Pinheiro, assim como o Conselho Popular da Lomba do Pinheiro, numa
visita ao Diretor-Presidente do BANRISUL, com o intuito de ser instalada uma
agência bancária naquela região da Lomba do Pinheiro. A Lomba do Pinheiro,
hoje, tem mais de setenta mil habitantes e tem mais de trezentos
empreendimentos, pequenos e médios. Se nós considerarmos os microempreendimentos,
microcomércio, podemos até dizer que tem cerca de oitocentos. Essa região teve
uma evolução muito grande de uns anos para cá, principalmente nos últimos dez
anos. Até faço questão de ler, aqui, dois parágrafos, do nosso grande amigo
Pedro José Vicente - inclusive, a família dos Vicentes foi uma das primeiras a
se estabelecer naquela região. Ele diz, aqui, o seguinte: “Em 1932 era uma
estreita estrada encoberta pelo bosque que ladeava o caminho onde passavam
carretas puxadas a boi e carroças puxadas a cavalo. Automóveis raramente
transitavam por essa via de acesso a Porto Alegre. Três carros por dia, em
determinadas épocas do ano, no verão, por exemplo. As casas eram raras, poucos
moradores e grandes áreas de terras onde plantavam mandioca, milho, batata-doce,
feijão. Era grande a produção de leite que abastecia os moradores dos bairros
de Porto Alegre.” Então, houve uma transformação muito grande nessa região e as
primeiras vilas surgiram lá por 1958, 1959: a São Francisco, a São Pedro e a
Panorama. Eu lembro que há vinte e cinco anos, quando fui pela primeira vez na
Lomba do Pinheiro, alguém me disse: “Aqui é mais fácil você entrar num boteco e
pedir um ‘martelinho’ do que um copo de água”. Não existia abastecimento de
água naquela região. Hoje, o abastecimento de água atinge todas as casas;
inclusive está para ser concluída, dentro de dois ou três meses, a ligação da
água do Guaíba com a Lomba do Pinheiro; não dependerá apenas da barragem da
Lomba do Sabão. Nós temos, nessa região, seis postos de saúde - está sendo
construído um posto de saúde 24 horas -, doze escolas, outras escolas infantis.
Houve um avanço muito grande. Em 1971, com a chegada dos franciscanos, da
Igreja Católica, naquela região, iniciou-se todo um trabalho de organização
comunitária.
Mas,
na verdade, o Orçamento Participativo é que foi o grande marco de organização e
de busca de conquistas para aquela região. Eu quero dizer que, com muita honra,
fui o autor da Lei que criou o Bairro Lomba do Pinheiro que, na verdade, foi um
símbolo das conquistas daquela região. É importante dizer que, com a aprovação
do PDDUA, de Porto Alegre, essa região passou a ser área de potencial urbano,
com preservação de meio ambiente. Isso, na verdade, significa um novo impulso
aquela região, principalmente em termos de desenvolvimento econômico. Mas nós
queremos, evidentemente, fazer um desenvolvimento econômico em harmonia com a
natureza, que é muito pródiga naquela região.
Está
sendo discutido um Projeto para aquela região chamado “A Lomba do Futuro”. Mas
quero dizer que tivemos a promessa do Diretor do BANRISUL, do Presidente João
Verle, de que no dia 25 deste mês, às 20h, no CTG Pousada da Figueira, nós
vamos ter a presença da Direção do BANRISUL para discutirmos exatamente uma
agência bancária naquela região. Nós estamos principalmente convidando todos os
empreendedores - pequenos e médios - daquela região, os comerciantes, para
discutirmos a viabilidade dessa agência. Tenho certeza de que é possível. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Passamos
à
DISCUSSÃO PRELIMINAR -
(até 06 oradores/10 minutos/com apartes)
6ª SESSÃO
PROC.
1305/00 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/00, que dispõe sobre as Diretrizes
Orçamentárias para 2001 e dá outras providências. Com Emendas nºs 01 a 05.
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ainda
lamentando que não tenha sido permitido a esse Vereador ocupar, na forma do
art. 94 do Regimento, a tribuna por dez minutos para expor problemas da
comunidade, se nós considerarmos que quatro mil pensionistas é uma comunidade,
eu vou usar o tempo e falar da safadeza da Secretaria Municipal de
Administração na base da Lei de Diretrizes Orçamentárias. E o faço com a
tranqüilidade, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de quem lê o art. 9ª do
Projeto de Lei do Prefeito que diz: “Nos Orçamentos da Administração direta e
indireta, as despesas de cada unidade orçamentária poderão ser classificadas
pelos seguintes grupos de despesas: pessoal e encargos sociais”. Então,
autoriza-me a falar da safadeza da Secretaria Municipal de Administração, da
chantagem que tenta, da falsa esperança que cria nas pessoas e da desonestidade
com que trata o problema. Se quisesse resolver, já teria pago às viúvas e às
pensionistas, desde 1988, quando a Constituição assim declara. Há outras
despesas correntes, juros e encargos da dívida.
O
art. 15 da Lei de Diretrizes Orçamentárias também me autoriza a falar da safadeza,
da desonestidade, da chantagem da Secretaria Municipal de Administração, porque
diz das despesas com pessoal e encargos sociais. Há também a exposição de
motivos que fala da assistência social. Eu tenho o direito, como Presidente de
uma Comissão que estuda a previdência, que analisa um processo muito
mal-encaminhado pelo Executivo Municipal, que foi encaminhado, e ao qual se
solicitou diligência, que não foi respondida, reiterada diligência, também não
foi respondida, apenas culpou o Montepio. Esse mesmo Secretário de
Administração, esse mesmo Prefeito, que viajou com diárias a mais, colocam na
primeira página do Diário Oficial do Município: “Prefeitura cadastra
pensionista do Montepio. A Secretaria Municipal de Administração solicita o
comparecimento de pensionistas do Montepio, de funcionários do Município de
Porto Alegre, na Rua Siqueira Campos, 1300, 10 º andar, para fim de
cadastramento. O prazo para cadastramento inicia-se no dia 15 de maio e
encerra-se dia 16 de junho; o horário vai das 9h30min às 11h30min, das 14h às
17h30min. Para a realização do cadastro é necessário que a pensionista
compareça munida dos seguintes documentos...”. Segue uma série de documentos,
que o fato simples de serem solicitados me dá a entender que eu vou receber o meu
dinheiro. Mas aí continua: “Está em tramitação na Câmara de Vereadores Projeto
de Lei que transfere a atribuição do pagamento das pensões, atualmente pelo
Montepio, para a Prefeitura”. A própria Lei Federal diz a mesma coisa:
“Aprovado o Projeto de Lei, as pensões passarão a ser pagas diretamente pela
Prefeitura em valor correspondente a 100% do rendimento do servidor falecido e
não mais pelo Montepio, cujo valor pago corresponde a 60%.
A Sra. Helena Bonumá: V. Ex.ª permite um aparte?
O SR. JOÃO DIB: V. Ex.ª me honra com um aparte, que sei
que será brilhante.
A Sra. Helena Bonumá: Em primeiro lugar, eu gostaria de fazer
uma correção à sua fala. Nós respondemos, sim, os dois pedidos de diligência; o
Executivo prestou as informações solicitadas por esta Casa. Em segundo lugar,
essa matéria que V. Ex.ª acabou de ler, eu penso que ela é amena, porque ela
não avalia, não adjetiva, sobre a situação que nós estamos vivendo aqui. Nós,
na Câmara de Vereadores, estamos em falta com as pensionistas e com os funcionários
do Município, na medida em que estamos estudando esse Projeto; desde agosto do
ano passado, ele está na Câmara. Nós temos as informações suficientes; ele é um
projeto que trata de normas transitórias, portanto não é um projeto definitivo.
Para o Projeto definitivo a Prefeitura está fazendo o cálculo atuarial, está
levantando as informações, está fazendo esse cadastramento das pensionistas. E
o entendimento que nós temos é que esta Câmara já poderia ter aprovado esse
Projeto, as pensionistas já poderiam estar recebendo os 100% do salário dos
falecidos e a Câmara já poderia estar entrando em debate do Projeto definitivo.
O SR. JOÃO DIB: Nobre Ver.ª Helena Bonumá, eu fico
contente de ter dito com antecedência que o aparte de V. Ex.ª seria brilhante.
Mas, na verdade, quando alguém pede toda a documentação de quem é pensionista,
o mínimo que ele espera é que vai receber uma pensão. E a Prefeitura dá a
entender que vai pagar 100%, mas depois de aprovar um Projeto. O Projeto é
transitório, não foi respondida a diligência na primeira vez. Na segunda vez
foi solicitado menos do que na primeira; nós queríamos os pareceres iniciais e
tudo o quanto a Prefeitura respondeu na diligência é de que o Montepio era
culpado, porque não forneceu os dados. Que bela Secretaria de Administração,
que belos computadores têm a Prefeitura!
Lembro-me
de quando vi, pela primeira vez, um computador. Vi na Prefeitura, exatamente na
Secretaria de Administração, e o Prefeito era José Loureiro da Silva. Então, na
realidade, os computadores de hoje, eu não entendo.
O
que fez essa notícia colocada no Diário Oficial do Município, na primeira
página, e nos jornais da Cidade, foi com que dezenas de pessoas telefonassem a
este Vereador, buscando os seus 100%. Cem por cento que têm direito! Se o
Município tivesse acordado em pagar a parte que deveria, não só os 4,75, que
também não está pagando a integralidade, deve para o Montepio, em pagar mais do
que os 4,75 que a Lei determina, é claro que as pensionistas receberiam aquele
recurso de 100% que a Constituição brasileira outorgou. Agora, não deixa de ser
chantagem, não deixa de ser pressão, não deixa de ser safadeza, criar
esperanças vãs em pessoas que, às vezes, já estão no fim da vida, doentes,
precisando de recursos, e a Prefeitura tentando pressionar o Legislativo,
dizendo que, se o Projeto for aprovado, as pensionistas receberão 100%. Isso
não é honesto, isso não é sério, não é o meu padrão.
Eu
gostaria que tivessem sido respondidas as diligências. Eu gostaria que a
Prefeitura entendesse que as associações do Município encaminharam um
Substitutivo. Eu gostaria que a Prefeitura entendesse - seus representantes têm
cópia - que o Montepio mandou um projeto, que as entidades falaram, mas que a
Prefeitura não respondeu, como deveria, a diligência, apenas disse que o
Montepio era culpado. Aliás, ela vem dizendo há muito tempo que o Montepio é
culpado, e eu não sei se é culpado ou não.
Eu
sou Presidente de uma Comissão, e Presidente, como eu sempre digo, preside;
agora, Presidente não se pressiona, Presidente não se chantageia, Presidente se
respeita. Por isso, eu exijo respeito, porque eu respeito todos. Saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): A Ver.ª Maristela Maffei está com a
palavra em Pauta Especial.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
vivemos um momento ímpar na nossa Cidade e no nosso País. Na verdade, essa é a
segunda vez que venho discutir, e informar aos que estão nos assistindo através
do Canal 16, a questão das Diretrizes Orçamentárias da nossa Cidade. É muito
difícil discutir apenas a questão do Município, quando sabemos que todas essas
políticas que estamos discutindo aqui vão bater de frente com a situação que
vive o nosso País. Estamos discutindo no Congresso Nacional - e quero fazer
aqui um breve parêntese, porque o tema não é exatamente este: a questão do
salário mínimo.
Vejam
os senhores que o Presidente Fernando Henrique, que é uma pessoa inteligente,
ele sabe que mesmo as questões das leis não é uma questão de boa vontade ou
dizer: pode-se fazer, têm que ser cumpridas. Ora, se é inconstitucional
repassar para os Estados a questão de dar a liberdade do aumento x ou y, sabe
muito bem que nós, no Estado do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina ou na Bahia,
nós temos que seguir a Constituição Federal. Dessa forma, quando queremos que
todas as regiões tenham o seu desenvolvimento, fica muito difícil quando o
Presidente da República cria uma política de acirramento entre os Estados,
querendo, sim, uma guerra fiscal. Se Santa Catarina colocar um salário mínimo
de 170 reais e nós colocarmos de 180 no Estado do Rio Grande do Sul, vamos
estar criando um problema sério entre os Estados. Eu penso que é de uma
irresponsabilidade tão grande que chega a ser brincadeira.
Eu
falo isso, senhoras e senhores, voltando à questão da Diretriz Orçamentária, e
analisando algumas propostas concretas que nós temos. Por exemplo, temos um
problema sério estrutural no nosso País, de desemprego, que o é em nível
internacional, de uma política nefasta, irresponsável. Nós aqui também temos os
seus seguidores, que são a grande maioria, no Congresso Nacional, encabeçada
pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Mas, vejam bem, senhoras e senhores,
nem por isso a Administração Popular de Porto Alegre fecha os olhos à realidade
do problema do desemprego, o problema que as famílias enfrentam, quando nós
temos hoje a grande maioria, principalmente na periferia, onde as mães, as
mulheres chefes-de-família, têm que responder pelo pão no dia-a-dia dentro de
casa. Existe uma preocupação muito séria nesse sentido.
Num
dos itens da organização da Cidade, preocupamo-nos com a política de geração de
renda. Uma delas é a formulação de programas de apoio às micro, pequenas e
médias empresas e cooperativas. Devemos investirmos nas micro, pequenas e
médias empresas, e isso é realmente é científico, temos várias pesquisas nesse
sentido, pois são elas que geram emprego para os nossos trabalhadores no nosso
País, Estado e Município. Nós temos uma política que vem quebrando, no dia a
dia, essas empresas. A responsabilidade do Município se torna imprescindível de
fomentar, de ter uma política objetiva e propositiva para que essas empresas
possam sobreviver. A questão do cooperativismo, neste momento, é crucial e
fundamental. Não existe outra forma, já que tivemos no Governo passado a
questão do PDV, que foi o plano onde as pessoas concursadas se demitiam,
buscavam uma alternativa fora, sem estrutura nenhuma. Nós, hoje, estamos
incentivando essas pessoas a se organizarem cooperativamente e buscarem uma
saída de sobrevivência. Nem falamos em grandes empresas, mas, neste momento, a
curto prazo, na sobrevivência dos trabalhadores e trabalhadoras. Isso significa
manter a dignidade dessas pessoas e que elas possam continuar se sentindo
integrantes nessa sociedade, não se sentirem excluídas.
Na
verdade, nós temos uma inversão de prioridades no nosso País. Cria-se uma
pirâmide em que as pessoas perdem a sua dignidade, perdem o seu emprego, perdem
a vontade de continuar a viver, perdem a vontade de continuar integradas,
porque, na verdade, elas são excluídas dessa sociedade. Então, nós temos, aqui,
com os nossos escassos recursos, a responsabilidade de fazer com que essas
pessoas, ao menos dentro do nosso Município, se integrem, cada vez mais, à
sociedade. Uma das alternativas é o cooperativismo, e fomentar isso é
fundamental.
Outra
questão é o incentivo à relocalização e à instalação de novas indústrias em
áreas adequadas. Nós temos alguns exemplos de coisas pelas quais ainda estamos
lutando, sabemos das debilidades, de quanto nós temos que avançar, por exemplo,
com o Distrito Industrial da Restinga, mas estamos enfrentando o problema sem
corrermos do problema, porque, lá, além de algumas pequenas e médias indústrias
já instaladas, nós temos também as estufas empresariais, onde as pessoas podem
ter o seu treinamento e se desenvolver com tranqüilidade. Sabe-se que, hoje,
não basta ter vontade de botar uma pequena e média empresa, uma pequena
cooperativa: tem-se que dar espaço, tem-se que dar condições para essas pessoas
se estabelecerem e se desenvolverem.
Um
outro tema de que eu gostaria de falar - e esse está ligado ao outro - é a
questão da assistência social. Com a gama de desemprego que nós vivemos, com a
necessidade de buscar alternativas criando uma política de geração de renda,
nós também temos de enfrentar um problema sério que é a miséria que grande
número de famílias enfrenta no dia-a-dia, essa já como resultado do desemprego.
Então, aqui a questão da assistência social é fundamental: pela bolsa-escola,
em que os pais das crianças podem ter um salário mínimo, e buscando alternativa
para os pais se capacitarem ou se reciclarem e poderem ir em busca de um
emprego, pelo qual eles voltem a ter a dignidade e a reestruturação familiar,
as crianças possam estar dentro de casa e também na escola, tendo o seu momento
de lazer, possam brincar e se desenvolver como qualquer outra criança, como no
sonho que todos nós temos. Não existe nada mais triste do que chegar em uma
sinaleira e ainda ver os nossos filhos de Porto Alegre, as nossas crianças. Nós
estamos enfrentando isso de frente com a política da geração de renda, com a
política de assistência social, apesar de esta Casa ainda não ter encontrado um
pequeno norte aprovando o Projeto que nós temos para a ampliação de cargos para
a FESC, que é fundamental para continuarmos o nosso trabalho. Assim mesmo a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre enfrenta isso, com um trabalho integrado
com as escolas, com os Conselhos Tutelares, com a Brigada Militar, com o
programa de assistência às famílias, com o programa Nenhuma Criança na
Sinaleira. Nós sabemos que se não tivermos os recursos necessários do Governo
Federal. Aqui nós temos, podem ver.
(A
Vereadora mostra um recorte de jornal.)
O
corte de mais uma prioridade essencial para a vida das nossas crianças do
Brasil. Diz a Folha de São Paulo, do
dia 30 de abril: “Governo reduz bolsas para famílias que têm um filho”. Esse
programa viabilizava cento e quarenta e cinco mil crianças em todo o País. Hoje
ele está sendo radicalmente cortado pela metade. O nosso objetivo principal no
Município e também no Estado é priorizar a questão da assistência social e da
geração de renda; priorizar a questão da agricultura, para que o pequeno
agricultor não venha para a cidade, e que lá ele tenha fomento, tenha a
capacidade de ficar desenvolvendo uma política de geração de renda na
agricultura para não haver o êxodo que enfrentamos, quando ele vem à cidade.
Enquanto
nós vemos um esforço tão grande da Administração Popular, um esforço tão grande
do Governo Estadual, também vemos o Governo Federal, cortando mais uma fatia
essencial para a vida das crianças do País fica difícil, muito difícil
continuarmos aceitando uma política tão nefasta, como é a política do
Presidente Fernando Henrique Cardoso. Está aqui para que ninguém pense que isso
seja falácia ou um discurso de tribuna. Está aqui para vermos, na prática, a
diferença de como trabalha um Governo sério e um Governo irresponsável que só
pensa em cuidar da vida das multinacionais e dos grandes latifúndios. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Renato Guimarães): O Ver. Juarez Pinheiro está inscrito
para falar em Pauta Especial. Ausente. O Ver. José Valdir está com a palavra em
Pauta Especial.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o Projeto em discussão, Lei de Diretrizes
Orçamentárias, na parte referente a
educação, estabelece como uma das diretrizes, o apoio à expansão das propostas
pedagógicas alternativas. E é isso que me permite discorrer, neste
pronunciamento, sobre a questão dos ciclos que têm sido tão criticado nesta
Casa por alguns Vereadores de oposição, de forma niilista, de forma
conservadora, porque na verdade não é uma crítica propositiva, mas é uma crítica
que visa a fazer voltar o sistema seriado. Quero dizer que a nova escola que
todos queremos, tem de ser uma escola democrática, de qualidade e uma escola
profundamente inserida na realidade. Seja na realidade da comunidade, seja na
realidade do mundo científico.
É
impossível falarmos em escola de qualidade sem falarmos em uma escola
democrática e sem falarmos em uma escola profundamente integrada com os
progressos científicos e com o chamado saber popular. Portanto, esse é um
tripé, inseparável esse tripé, porque uma coisa, uma característica é
impossível sem a outra. A nova escola que queremos, portanto, tem de mudar a
realidade que herdamos de uma escola que funciona muito mais como uma arma de
exclusão do que como um instrumento de inclusão social. Mudar essa escola
significa que vamos ter de alterar profundamente o currículo dessa escola
tradicional, os métodos e a relação intra-escola e da escola com a comunidade.
Temos de fazer dessa escola uma escola que seja, não só o centro de divulgação
do conhecimento, mas também de produção do conhecimento, capaz de fazer a
integração entre o saber acadêmico e o saber popular. A modificação dessa
escola, hoje, é debatida em todo o país.
Sabemos
que um dos caminhos, que não só em Porto Alegre está sendo tentado, é o dos
ciclos. Quando se debate esse tema, a meu ver, de uma forma muito superficial,
simplista, e às vezes até eleitoreira por alguns Vereadores da oposição, são
cometidos dois equívocos brutais.
Um
deles é o de atribuir a autoria dos ciclos ao PT. O outro é um erro de
conteúdo, de ver a idéia dos ciclos como a de não ter mais avaliação para
passar de ano. Sobre a primeira questão, informo aos Vereadores desta Casa que
cometem esse simplismo, que a idéia dos ciclos está inscrita lá na LDB, quando
a LDB abriu a possibilidade de manter o sistema seriado ou de adotar os ciclos.
A LDB introduziu o instituto da progressão, que é um dos elementos centrais da
idéia dos ciclos. A revista Isto É,
da semana passada, de número 597, traz uma matéria que faz um balanço dos
ciclos, mas em São Paulo, onde os ciclos são implantados, ao contrário da
experiência de Porto Alegre, no ensino de 1º grau e foi dividido em dois
ciclos. O primeiro ciclo da 1ª à 4ª série e o segundo ciclo da 5ª à 8ª série,
ao contrário de Porto Alegre, que instituiu três ciclos e aumentou um ano no
ensino fundamental, passando a nove anos. Esse é o primeiro equívoco brutal que
alguns Vereadores desinformados cometem.
O
outro é atribuir, de forma até irresponsável e eleitoreira, simplificando a idéia
dos ciclos como um sistema em que se aboliu a avaliação, quando, na verdade,
trata-se de um sistema que pretende fazer uma avaliação do aluno muito mais
aprofundada, muito mais séria, em que esse não seja um instrumento individual,
autoritário do professor em relação ao aluno, pairando sempre como uma espada
suspensa, a cada ano letivo, fazendo com que o aluno retroceda totalmente a um
patamar zero, perdendo um ano inteiro, quando na verdade sabemos que cada
aluno, independente de ele estar enfrentando dificuldades no currículo, ele
sempre assimilou alguma coisa. Pois a idéia dos ciclos é, não em um ano, mas em
três anos fazer uma avaliação global do aluno, uma avaliação constante,
progressiva, que leve em conta o patamar real do aluno, que leve em conta o
atendimento individual do aluno. Depois desse ciclo, se o aluno ainda tiver
problemas, ele entra nas turmas de progressão para ter um acompanhamento, para
que a avaliação seja um instrumento de desenvolvimento e não selar o destino do
aluno, e não tratar o aluno como coisa, simplesmente fazer ele retroceder. Isso
causa sérios problemas. Como pedagogos, sabemos que uma reprovação causa
problemas em nível afetivo, em nível psicológico aos alunos. Os ciclos
procuram, já no planejamento, dialogar com a realidade da escola, planejar a
partir da realidade social do aluno numa interação com a comunidade,
diferentemente do planejamento burocrático, fazer com que haja uma interação
real entre a escola e a sociedade de onde o aluno vem. Isso é fundamental.
Aqui,
um outro grande simplismo que se comete, não é só nesta Casa, de uma maneira
geral, é de querer atribuir à escola um papel que ela não tem, que ela não vai
poder ter, de ela ser a redentora de todos os problemas. Muitas vezes o aluno,
que está na sala de aula enfrentando problemas, ele é o reflexo dos problemas
sociais refletidos sobre a sua família, famílias desconstituídas, famílias onde
o pai é alcoólatra, famílias em que o pai está desempregado, famílias que estão
numa exclusão social imensa. Tudo isso se reflete no aluno e obviamente que
nesta fase da vida - adolescência, infância - extremamente fragilizada, esses
problemas se refletem dentro da sala de aula.
Portanto,
por mais perfeito que seja um sistema de ensino jamais vai ser capaz de
resolver, plenamente, dentro da sala de aula, na relação pedagógica, problemas
que não são da escola, eles são da sociedade. Esse é outro equívoco brutal que
se comete, porque, às vezes, se quer e se espera da escola um papel redentor,
um papel de solução de problemas, o que ela jamais vai poder ter,
principalmente, nesta sociedade, onde a família e a escola têm um papel muito
mais reduzido frente aos meios de comunicação que aí estão.
Portanto,
quando se discute essa questão dos ciclos, nós temos, sim, que fazer críticas
no sentido construtivo de ver como é que vamos fazer com que essa experiência
progrida. O caminho traçado pelos ciclos está correto, e o que temos que fazer
é um ajuste nessa proposta, e jamais voltar ao sistema anterior, o qual não dá
certo. Eu sei, como professor, todos nós sabemos, que a escola é um funil de
boca para baixo. Nós podemos observar que nas séries iniciais em qualquer
escola do Brasil, há quatro ou cinco turmas de primeiro ano, e quando chega na
8ª série resta uma ou duas no máximo. Esse é o desenho de qualquer escola hoje
no Brasil, no sistema antigo, no sistema tradicional.
Portanto,
o sistema tradicional, o sistema seriado, não resolve os problemas. A solução,
o caminho é, sim, os ciclos, mas como é uma proposta nova, obviamente, nós
temos que fazer intervenções corretivas a cada momento, em um processo de
avaliação.
Para
encerrar, quero fazer um registro: o Ver. João Dib agora mudou de tática, usa
uma tática mansa, de falar calmo, e ele chega aqui e chama o Prefeito de
safado, todo mundo de safado. Ele disse isso, diante da omissão complacente de
vários Vereadores da oposição que, por adjetivos muito menos agressivos, muito
menos raivosos querem pedir que a gente vá ao microfone se retirar o que se
disse. O Ver. João Dib, citando cultura de almanaque, mudando de tática, com
uma voz mais calma, chama o Prefeito e todo o mundo de safado e nada acontece!
Quero que fique registrado porque, quando algum Vereador da nossa Bancada usar
um adjetivo mais agressivo contra algum Vereador, quero lembrar esse episódio e
esse precedente da tarde de hoje. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir a Pauta Especial.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, demais
pessoas que nos acompanham, quero cumprimentar o Ver. José Valdir pelo conteúdo
de sua manifestação sobre o assunto “educação” e cumprimentar também pela
última parte, porque eu aprendi, há muito tempo, que, quando se perde
argumento, começa-se a usar adjetivos. Grita-se e usam-se bastantes adjetivos,
e, às vezes, as duas coisas. O Ver. João Dib está na segunda fase, fala baixo,
mas elenca uma série de adjetivos agredindo as pessoas. É o primeiro sinal da
perda de conteúdo na crítica.
Quero
abordar aqui neste espaço das Diretrizes Orçamentárias, dois temas: o tema do
transporte e o do saneamento, que são aspectos fundamentais na vida de uma
cidade. Aqui no Projeto, encaminhado pelo chefe do Executivo, no tema
“transporte”, temos, como primeiro aspecto, abalizar o Orçamento que virá longo
em seguida, a seguinte expressão: “Priorização das vias de transporte
coletivo”. Embora eu não seja especialista da área, repito sempre que a questão
do trânsito, da circulação de uma cidade nunca será resolvido se partir do
princípio de resolver a circulação dos automóveis; mas só será resolvido se
partirmos do ponto de vista do transporte coletivo, e o automóvel, transporte
individual, for um acréscimo, uma alternativa, uma escolha, mas que o centro das
atividades, da programação, dos projetos, dos programas da Prefeitura,
necessariamente, têm que partir deste patamar, o transporte coletivo. E o
transporte coletivo de Porto Alegre, não direi que é ótimo, mas direi que é bom
e tem uma qualidade que cresce. Mas também acredito que teríamos que trabalhar
cada vez mais nesse aspecto: mais linhas, mais veículos. E há um projeto
tramitando nesta Casa que, sem dúvida nenhuma, é um projeto importante que vai
complementar o sistema através de lotações, que vêm desde 1973, acho que este é
o ano, de 77, com cerca de quatrocentos lotações, antes chamados táxis-lotações
e permanece esse número. Durante um tempo, a nossa Administração teve a visão
de que não deveria aumentar, porque esta forma de transporte poderia competir
com o ônibus. Acho que voltamos atrás e corretamente. São duas formas de
transporte que podem se complementar. E se pensa, através desse Projeto que
tramita na Casa, de encontrar uma outra maneira, seriam linhas diretas. No
ponto de saída dos ônibus, poderíamos ter pontos, como, por exemplo, é o caso
da Restinga, onde, dentro da Restinga, o ônibus pararia em vários locais,
depois, ao sair do perímetro da Restinga, ele seria direto até o Centro. Acho
que também complementa, com tarifas diferenciadas, e nós não temos uma
competição entre essas várias possibilidades.
O Sr. João Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) V. Ex.ª está falando na linha rápida, que é uma coisa muito boa. Os
quatrocentos e três lotações realmente foram determinados por mim, quando
assumi a Secretaria de Transportes, porque achei que eram demais. Mas o
Decreto, que existe até hoje, são setecentos e quarenta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Muito bem, podem, então, ser aumentados
em mais de 70%, do número que tem hoje. Mas acho que este Projeto, que está na
Câmara, avança além desta questão do número e vai, também, estruturando o
sistema e já criando esta outra forma de transporte. A outra diretriz, colocada
aqui nos transportes, que eu quero destacar, é a seguinte: “Promover programas
de educação no trânsito nas escolas da rede municipal em veículos de
comunicação, coordenados por órgãos municipais competentes.” Sempre que vem a
debate a questão do controle do trânsito na nossa Cidade, eu insisto nisso e,
há pouco, falei com o Secretário Mauri Cruz, que esteve aqui, e quero mais uma
vez afirmar: deve ser tarefa da EPTC ter, de forma permanente, campanha de
educação dos trânsito, ao longo do ano, porque nós não vamos mudar a lógica com
que a maioria dos motoristas e também dos pedestres conviviam no trânsito da
Cidade. É uma visão longa e só se muda um comportamento de muitos anos se
tivermos também uma educação permanente para que essa forma cultural seja
modificada, nós não vamos resolver definitivamente, nós não teremos um trânsito
mais humano, na nossa Cidade, assim como nas outras todas, acho que nós somos
muito melhores que a maioria das capitais do País, mas que é preciso nós termos
permanentemente campanhas de trânsito, e sempre cito como exemplo o tema faixas
de segurança, que nem os motoristas respeitam, e nem os pedestres sabem
usá-las.
Há
um local na nossa Cidade que para mim é emblemático, esquina da Av. Siqueira
Campos com a Rua Uruguai, ali os pedestres avançam na via, e os carros às vezes
têm que pedir licença às pessoas para passar, quando a sinaleira está verde
para o movimento dos veículos. Então, este é um tema que tem que ser batido,
reafirmado, educar a nossa população para mudar, os motoristas e os condutores
têm que respeitar as faixas de segurança e os pedestres também saber usá-las,
não atravessar via em qualquer lugar, têm que procurar um local que seja da sua
segurança.
Mudo
de tema para os saneamento básico, que tem um item que está, assim escrito:
“Construção de estação e tratamento de esgoto e ampliação das redes de coleta
visando à melhoria da água captada e o resgate do estuário do Guaíba como área
de lazer do porto-alegrense.” As nossas três Administrações da Frente Popular
têm investido de maneira muito significativa na coleta e no tratamento de
esgoto, basta dizer que neste momento o DMAE está construindo duas grandes
estações de tratamento de esgoto, além de ter terminado há pouco uma grande
também que fica atrás do quartel da Serraria, ali no Guarujá, uma estação da
Zona Sul que tem capacidade de tratar o esgoto de cento e quarenta mil pessoas.
Pois bem, o DMAE nesse momento está construindo uma outra em Belém Novo que, ao
retirar o esgoto da Praia de Belém, trará balneabilidade, é uma obra em torno
de 5 a 6 milhões de reais, e uma outra estação de tratamento de esgoto aqui na
Av. A. J. Renner que, por ser uma área menor, uma área que o DMAE já possuía,
há muito tempo, uma área de 7ha, o DMAE está construindo ali uma estação com
outra técnica que precisa de bastante energia, de aeração do esgoto e que vai
custar em torno de 15 milhões de reais. Aquela estação - ETE - como costumamos
chamar, vai tratar o esgoto de uma grande parcela da população da Zona Norte da
nossa Cidade, melhorando muito a água do rio Gravataí, portanto, melhorando a
água que o próprio DMAE capta e trata na estação de tratamento de água do
Moinhos de Vento e da São João. São obras significativas.
Há
um debate que a atual direção do DMAE vai trazer à Cidade. Ficará restando a
discussão sobre onde construir uma estação de tratamento para tratar o esgoto
do Centro da Cidade. Isso é um debate antigo na Cidade. Já se pensou em
construir uma estação lá na Ilha das Flores, uma idéia muitíssima complicada do
ponto de vista ambiental e caríssima. Agora, o último estudo realizado pela direção
do DMAE aponta que a melhor situação técnica para isso é levar o esgoto até ao
lado da estação que já foi construída na foz do arroio do Salso. É uma obra
muito cara, vai custar em torno de 120 milhões de reais. É uma III Perimetral a
ser bancada só pelo DMAE, que dificilmente terá condições de fazê-la se não
houver alguma maneira de financiamento, porque a obra terá que ser paga depois
e, quem sabe, trabalhar na tarifa. Valerá a pena? Este é o grande ponto de
interrogação que será trazido a esta casa, será trazido à população de Porto
Alegre: para que venhamos a tratar cerca de 30, 40% do nosso esgoto, valerá a
pena um pequeno aumento na tarifa que pagamos, em torno de 5% do que pagamos
hoje para tratar esse esgoto ou não? Esta é a pergunta que a população de Porto
Alegre, talvez, mais adiante tenha de debater e tenha de decidir. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra para discutir. Ausente. O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
discutir. Ausente. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no
anexo das diretrizes temos, na saúde: a continuidade do programa de Saúde da
Família, implementação das políticas de saúde, promovendo a atenção à saúde da
criança, do jovem e do adulto. Estou aqui selecionando, naturalmente, algumas
das diretrizes. Na educação: implantação de uma política educacional
radicalmente democrática, popular e transformadora. Transportes: apoio ao
desenvolvimento de formas alternativas de transporte como as ciclovias e
outras, melhoria dos controles públicos sobre o sistema e transporte coletivo
da Cidade e implementação de controle eletrônico do número de passageiros
transportados. Na organização da Cidade: continuação do processo de
planejamento urbano da Cidade - com a participação do movimento popular e da
sociedade civil organizada -, implantação do Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental - com participação da sociedade civil -, melhoria das
condições alimentares das populações de baixa renda, através do desenvolvimento
de um programa municipal de abastecimento. Na assistência social: consolidar a
política de assistência social no sentido de garantir, através de ações e
serviços na área de assistência, um acesso a direitos básicos e o resgate da
cidadania à população em situação de exclusão social; regularização e
democratização do uso do solo urbano, apoio às populações de baixa renda para
facilitar o acesso à terra e à habitação; incentivo à organização da população
em cooperativas e outras formas visando o enfrentamento de seus problemas
habitacionais; construção de estações e tratamento de esgoto e a ampliação das
redes de coleta; ampliação do controle público dos geradores de resíduos
especiais; incentivo ao atleta amador; implantação do sistema municipal do meio
ambiente.
Eu
li, rapidamente, e pensei algumas das diretrizes, em cada uma das áreas, porque
essas diretrizes gerais orientam e apresentam o sentido e a natureza dos
esforços tanto orçamentários, quanto técnicos e internos da Prefeitura de Porto
Alegre; mas, sobretudo, na relação com a sociedade civil organizada, com as
universidades, com as associações comunitárias, com as milhares de formas que a
sociedade de Porto Alegre constituiu de organização, que demonstram não só a
continuidade, mas o desafio da superação da experiência de poder popular, da
experiência de administração pública que tem sido experimentada em Porto
Alegre.
As
diretrizes orçamentarias são as linhas gerais que vão encaminhar e dar o norte
para a ação do Município nos próximos anos. É necessário e é claro que essa
diretrizes contêm uma filosofia de ação. Elas aprofundam o compromisso da
Administração Popular com a auto-organização da sociedade, com o estímulo a
essa organização, com o aprofundamento dessa organização e, por que não, até
mesmo com a própria superação, com os limites que esses doze anos,
praticamente, de experiência, em alguns casos, demonstraram. E demonstraram,
porque produziram conhecimento e prática social suficiente para ser capaz de
construir a sua superação.
Eu quero pegar pelo menos um ponto dessas várias questões abordadas, que é a questão da implementação do Sistema Municipal do Meio Ambiente. O formato legal da legislação federal é bastante avançado e permite, especialmente, desde a Constituição de 1988, uma ampliação das responsabilidades tanto legislativas, quanto de controle dos municípios sobre a questão ambiental que, sem dúvida nenhuma, é uma das temáticas que assume uma importância crescente, não só no mundo, mas, particularmente, em Porto Alegre. Isso não é à toa, porque a questão ambiental tem ampliado em muito o seu enfoque, como todo movimento emergente, como todo movimento social em construção, em afirmação, ele parte de um entendimento menor para se constituir já consolidado, adulto e capaz de estabelecer interações com o pensamento mais amplo, o pensamento de sociedade e o Movimento Ambientalista fez esse curso.
A
Conferência da Terra, feita no Rio de
Janeiro, a ECO 92, e depois todas as outras conferências e documentos
constituídos a partir de então, tratam, claramente, a questão ambiental, como
uma questão sócio-econômica. É impossível falar, hoje, em gestão ambiental e
qualidade de vida, sem falar na questão da luta contra a pobreza, contra a
miséria absoluta, contra a exclusão social.
Portanto,
a questão do meio ambiente, a questão da inclusão e a questão da miséria se
tornam uma única coisa, porque é evidente que a apropriação, cada vez maior, do
produto gerado por uma minoria, se aprofundou radicalmente no império do
neoliberalismo, no império das teses neoliberais de diminuição do Estado. Não
de diminuição do Estado para propagar qualidade de vida, para ampliá-la, mas
diminuição do Estado para impedir aquelas travas ainda existentes pela ação
pública, aquelas travas que eram capazes de regular, minimamente que fosse, a
questão da igualdade, a questão de travar a ampliação das desigualdades. Quanto
mais mínimo o Estado, maior tem sido a desigualdade social. Essa é a
experiência que a realidade desses quase quinze anos de supremacia absoluta do
chamado neoliberalismo, como tese filosófica e tese que orientou políticas
econômicas, tem produzido.
Em
Porto Alegre, as Leis de Diretrizes Orçamentárias, sem, naturalmente, querer
exagerar na importância que tem a Cidade de Porto Alegre na luta contra essa
idéia única que consagra a exclusão social, mas as Diretrizes Orçamentárias em
Porto Alegre, lidas rapidamente aqui - algumas, em seus aspectos -, demonstram
um esforço concreto que não vem apenas de cima, do Poder Executivo, na sua fase
local, o Poder Público Municipal, mas um esforço concreto de articulação e
radical democratização da sociedade na luta para formular políticas públicas capazes
de, realmente, serem uma resposta a esse processo de ampliação da miséria, de
ampliação da pobreza, de ampliação da exclusão no planeta inteiro.
E
por isso, nós dizemos com orgulho: nós queremos continuar aprofundando,
continuar com um Governo que tenha compromisso com essas Diretrizes
Orçamentárias, com essas diretrizes gerais, para que nós possamos,
efetivamente, hoje, quando o consenso neoliberal está em baixa e que nós temos
mais de uma década de balanço negativo a fazer dessas propostas que, inclusive,
os grandes porta-vozes já falam com menos ímpeto, com menos convicção e já
começam a fazer voltas muito mais longas para sustentar as políticas com as
quais, antes, diziam em alto e bom som que eram a solução para melhoria da
qualidade de vida do planeta inteiro, hoje, neste momento, nós precisamos
experimentar, articular as inúmeras experiências de poder local que estão sendo
realizadas no Brasil e em vários outros lugares no mundo, as inúmeras
experiências de auto-organização popular para superação de dificuldade e
procurar, ao articular uma e outra, tecer uma nova política capaz de
reconstituir um programa que seja sustentado no humanismo, em políticas que
sejam capazes de atender o conjunto da humanidade e não apenas alguns poucos.
Apesar
do discurso da modernidade ser igualado pelos ideólogos tradicionais e
conservadores como o período da luta pela igualdade, na verdade, nós nunca
vimos um processo tão grande de exclusão social como vemos, hoje, no planeta,
que convive com o período de maior desenvolvimento do saber técnico, científico
e tecnológico. Esse é o paradoxo da modernidade, o saber produzido pelos homens
e pelas mulheres é, cada vez mais, apropriado, mas nós temos, no final do
século, índices de exclusão social tão grandes ou maiores do que tínhamos no
século XVIII e XIX.
Portanto,
essa é a grande tarefa de todos humanistas, de todos os democráticos, de todos
aqueles que não aceitam a exclusão social e o discurso do particularismo e da
miséria. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Pauta Especial. Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra em Pauta
Especial. Ausente. Encerramos o período de discussão de Pauta Especial.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
1357/00 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/00, de autoria do Ver. Luiz Braz, que
acrescenta os parágrafos 9º e 10 ao art. 5º da Lei Complementar nº 242/91, com
alterações da Lei Complementar nº 251/91, que disciplina a concessão do Direito
Real de Uso aos ocupantes de área de propriedade do Poder Público Municipal.
PROC.
1361/00 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 029/00, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que concede ao Senhor
Luiz Fernando Werlang Alvarez o título honorífico de Líder Comunitário.
PROC.
1368/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 085/00, de autoria do Ver. Paulo Brum, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Amauri da
Silva Júnior.
PROC.
1380/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/00, de autoria do Ver. João Dib, que denomina
Parque Marcos Rubin um logradouro irregular localizado no Bairro Jardim
Carvalho.
PROC.
1412/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 087/00, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que
concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Pastor João Ferreira
Filho.
PROC.
1443/00 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 030/00, de autoria dos Vereadores João Motta e Paulo Brum, que
concede o troféu Honra ao Mérito à Sra. Élida Messias Ferreira.
PROC.
1452/00 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/00, que denomina Parque Municipal Gabriel
Knijnik imóveis localizados na Vila Nova, legados ao Município de Porto Alegre,
para instalação de parque público.
2ª SESSÃO
PROC.
0498/00 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 004/00, de autoria do Ver. José Valdir, que concede o Prêmio de
Alfabetização Zilah Totta à Profa. Mara Regina Tarouco Moreira.
PROC.
1351/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 081/00, de autoria dos Vereadores João Motta e
Fernando Záchia, que denomina Rua Júlio Castilhos de Azevedo um logradouro
público localizado no Bairro Farrapos.
PROC.
1352/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 082/00, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia,
que autoriza o Executivo Municipal a colocar placa alusiva à primeira capela
erguida em Porto Alegre, em frente à Praça da Alfândega.
PROC.
1359/00 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 084/00, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que
denomina Rua James Bocacio um logradouro público localizado no Loteamento
Colinas de São Francisco.
O SR. PRESIDENTE: Em Pauta, o Ver. João Dib está com a
palavra para discutir.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente Srs. Vereadores, aqueles
dois orientais discutiam violentamente e o americano assistia. Mas o
violentamente dos orientais era sem levantar a voz. Havia pensamentos
contraditórios, mas em nenhum momento nenhum dos dois partiu para a agressão. E
o americano perguntou: “Mas, por que isso?” Quem levantar a voz primeiro, quem
agredir primeiro, demonstra que sabe menos. Então, eu resolvi que devo falar em
voz baixa, até porque eu não tenho que gritar para mostrar as coisas que estão
equivocadas nesta Cidade. Os equívocos de S. Ex.ª o Sr. Prefeito, não só do Dr.
Raul Pont, mas também do Dr. Tarso Fernando e do Dr. Olívio.
O
Ver. Luiz Braz tem um Projeto de Lei, onde ele pretende alterar o Direito Real
de Uso. Ora, quando o Dr. Raul Pont, quando o Dr. Tarso Fernando, quando o Dr.
Olívio Dutra usaram o Direito Real de Uso, usaram-no ilegalmente. Então, não
precisa gritar, era ilegal! A Lei Orgânica é clara, precisa e concisa: Direito
Real de Uso em áreas da Prefeitura, das suas autarquias não urbanizadas. Ponto
final! Se alguém quiser me dizer que a Vila Planetário não era urbanizada, eu
vou ter de rir em voz alta, mas não vou ficar bravo. A própria Lei Complementar
nº 212, do Sr. Prefeito Olívio Dutra, também repete que é em áreas
não-urbanizadas. Então se é áreas não-urbanizadas, eu não posso fazer nada com
aquilo que existe que é absolutamente ilegal. No mesmo momento em que o
Prefeito Olívio Dutra fazia a Vila Planetário, eu pedia que ele deixasse lá, na
Ari Tarragô, três famílias, que estava em áreas não-urbanizadas da Prefeitura,
mas a Prefeitura os retirou na Justiça. Agora, aqui, era cartão-postal. A
ilhota não é urbanizada para a Prefeitura, estão fazendo Direito Real de Uso.
Quanto
ao Projeto Renascença, na calçada da Av. Ipiranga - que também não é
urbanizada, principalmente a calçada - 30, 40cm da calçada são utilizados.
Antes de mais nada, teríamos que colocar ordem na casa.
Eu
diria que o Direito Real de Uso tem sido utilizado para depreciar áreas em toda
a Cidade. Como alguém pode fazer Direito Real de Uso em uma praça que não é da
Prefeitura? Não é área da Prefeitura, não é área das autarquias, mas é uma área
do povo.
A
Lei Orgânica do Município diz que a área é inalienável, não pode ser tocada,
isso foi feito aqui na Câmara, então teríamos que acertar tudo de novo. Por
isso eu não posso ficar brabo, Ver. Pedro Américo Leal, pois essa é a paciência
de conhecer os fatos, as barbaridades ocorridas aqui, as barbaridades
provocadas pela Prefeitura sem o mínimo de respeito à lei.
Mas
estou propondo uma homenagem ao Sr. Marcos Rubin dando a ele o nome de um
parque no Bairro Jardim Carvalho.
Eu
vejo, leio, ouço muita gente dizendo que Porto Alegre tem 99% da população
abastecida com água. Em 1º lugar não é verdade, não tem mais do que 97% ou 98%.
Mas, se tem 97% ou 98%, isso é desde 1975. E há duas pessoas, no meu
entendimento, que são responsáveis por esse atendimento à população porto-alegrense.
Em 1967, eu era Assessor-Engenheiro, todo o Alto Petrópolis não tinha água,
todo o Sarandi não tinha água, portanto, 60% da população não tinha água
distribuída. Eu fui levado a várias reuniões, debati e discuti o problema e
cheguei à seguinte solução: 500 milhões de cruzeiros e teremos água em todo o
Alto Petrópolis. Só que o DMAE não tinha esse recurso; se os loteadores dessem
parte desse recurso, nós colocaríamos outra parte. A parte dos loteadores
correspondia a 60% e a parte do DMAE, 40%. O Sr. José Elias Flores colocou à
disposição 120 milhões de cruzeiros, o Sr. Marcos Rubin - que não iria fazer
nada no seu loteamento, morreu sem usá-lo - colocou 55 milhões de cruzeiros à
disposição e nós completamos os 500 milhões. Mostramos que o DMAE deveria ter
credibilidade e, a partir daí, nós abastecemos o Sarandi, porque o DMAE era
realmente uma autarquia respeitável. Por isso, minha homenagem ao querido
Marcos Rubin, que, num determinado momento da história da nossa Cidade, também
foi injustiçado. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos a Emenda nº 02 ao PLL nº
200/99. (Lê.) “Proc. nº 3665/99 - PLL nº 200/99: Denomina Rua Márcio Luiz Veras
Vidor um logradouro público localizado no Bairro Praia de Belas. O art. 1º do
PLL nº 0200/99 – Proc. nº 3665/99 -, passa a vigorar com a seguinte redação:
‘Art 1º - Fica denominado Rua Márcio L. Veras Vidor o logradouro público
localizado no Bairro Praia de Belas, conhecido como Rua Diretriz nº 3303. Parágrafo
único: As placas denominativas conterão, abaixo do nome, os seguintes dizeres:
Oficial de Justiça assassinado no exercício de suas funções.’ ” Assinado pelo
Ver. Juarez Pinheiro e pela Ver.ª Helena Bonumá.
A
Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, um dos
projetos que está em discussão na Pauta é o Projeto de Lei Complementar de
autoria do Ver. Luiz Braz que disciplina a concessão do Direito Real de Uso aos
ocupantes de área de propriedade do Poder Público Municipal. Esse Projeto prevê
que, após dez anos do Direito Real de Uso, o concessionário possa adquirir o
domínio, a propriedade do imóvel. É importante esclarecer às senhoras e aos
senhores que estão nos assistindo nesse momento que o Direito Real de Uso não
serve para efetuar transações imobiliárias, mas, sim, políticas sociais, com a
possibilidade de o cidadão poder ter acesso à moradia. O custo da prestação no
Direito Real de Uso é de 7,5% da renda familiar do beneficiário. O Direito Real
de Uso é um instituto permanente, previsto na Lei Orgânica do Município.
Se
for aprovada essa Lei do Ver. Luiz Braz, a Prefeitura deverá comercializar os
lotes pelo valor de mercado, então, certamente a maioria dessas famílias que
hoje são beneficiadas por essa forma do DRU não terão condições de adquirirem
os lotes pelo valor de mercado. Quem será que vai poder ter acesso a esses
lotes? Então, no meu ponto de vista - acredito que também o da minha Bancada e
da grande maioria dos Vereadores desta Casa -, a proposta do Ver. Luiz Braz
mais parece uma armadilha para aqueles, na sua maioria necessitados, que, por
esse Projeto, depois de dez anos, ficarão sem moradia. Pois é exatamente pela
existência desse instituto social, o DRU, que eles têm acesso à moradia pelo
valor social de 7,5% da renda como prestação, como eu disse anteriormente. O
fato de não haver transferência de domínio no DRU é porque entendemos que a
possibilidade deve ter exatamente esse caráter da função social e não imobiliária
e especulativa.
Aqui
está a nossa diferença, senhoras e senhores, é muito prático, é simples. São
justamente projetos como esse que nós estamos vendo aqui que demonstram o
caráter dos projetos que alguns Vereadores desta Casa têm o interesse de
defender. Realmente é função social ou especulação imobiliária? Se nós não
tivermos exatamente essa forma que a Prefeitura realiza hoje com o Direito Real
de Uso, colocando-o em prática, exatamente aqueles que estão morando hoje,
daqui a pouco, não vão ter onde morar, porque alguns representantes desta Casa,
que estão preocupados apenas com especulação imobiliária, que têm o mesmo ponto
de vista esmagador que vivemos aqui no nosso País, vêm com esse tipo de
projeto, invertendo novamente a pirâmide social e privilegiando a especulação
imobiliária.
Portanto,
senhoras e senhores, nós não podemos aceitar esse tipo de projeto, que é uma
armadilha sacana no meio de uma questão tão séria que temos na nossa Cidade, o
Direito Real de Uso, que foi aprovado nesta Casa, está na Lei Orgânica
Municipal, a qual temos que defender com seriedade. Não podemos reverter
novamente essas questões sociais para o nosso sistema capitalista, que só pensa
no lucro e não no benefício da maioria dos cidadãos, que, neste País, hoje, não
têm mais BNDES, nem a Caixa Econômica Federal para fazer investimentos para a
população de baixa renda e para a construção da moradia popular. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero,
preliminarmente, publicamente, pedir desculpas ao Ver. Fernando Záchia, porque
fiz uma brincadeira quando fazia o pronunciamento na discussão do Orçamento, no
momento em que o Ver. Cláudio Sebenelo fazia uma aparte. Queria dizer, de
público, que reputo o Ver. Fernando Záchia como um dos Vereadores mais sérios,
trabalhadores e competentes desta Câmara de Vereadores. Eu entendo, Ver.
Fernando Záchia, já que citei V. Ex.ª, que é importante que tenhamos nesta
Casa, em prol do Município e dos munícipes, um bom nível de diálogo, um bom
nível de relação, embora tenhamos as nossas diferenças. Eu entendo, porém, que
não é abrindo mão de princípios que vamos conseguir estabelecer uma boa relação
nesta Casa. A minha Bancada, a meu juízo, abriu mão de princípios quando votou
a questão de alteração do período de Comunicações, o que considero não ser o
melhor caminho. Nós fazemos o melhor diálogo, compomos uma boa relação no Plenário,
quando conseguimos, Ver. Cláudio Sebenelo, vencer o pragmatismo político,
quando conseguimos passar por cima de debates de meras disputas políticas, e
apresentamos e discutimos, na Casa, projetos de importância para toda a Cidade.
O
Projeto do Ver. Luiz Braz, contrariamente até ao que defendeu a Ver.ª Maristela
Maffei, que talvez não o tenha apanhado na sua inteireza, é um projeto, Ver.
João Dib, que restitui a discussão, com sanidade mental, nesta Casa, sobre a
questão da habitação. O Ver. Lauro Hagemann, junto com a sua equipe, foi quem
constituiu a primeira legislação - o Projeto de Lei Complementar nº 242, depois
alterado pelo de nº 251 - sobre a “Concessão do Direito Real de Uso”. O Ver.
Luiz Braz, antes, e a própria Ver.ª Clênia Maranhão vinham aqui apenas fazer
discussões de disputa política. Eles, que defendem um Governo que terminou com
o BNH, que terminou com a COHAB, não faziam uma verdadeira discussão. A Ver.ª
Clênia, até desconhecendo, em parte, o instituto do Direito Real de Uso, quer
fazer a alienação - no caso do Direito Real de Uso - da propriedade, em si, do
domínio. Isso, a meu juízo, é absolutamente equivocado, porque é colocar no
mercado áreas públicas, Ver. José Valdir, é, na verdade, financiar grileiros de
terra. Agora, a proposta que o Ver. Luiz Braz colocou para discussão - eu não
vou discutir aqui a questão do tempo que ele estabeleceu - é uma proposta que
eu quero reputar importante, porque ele coloca que, ao fim de um tempo, aquele
morador que tem a concessão do Direito Real de Uso - ele coloca dez anos -
teria um termo final no pagamento daquele pequeno valor, de acordo com a sua
renda. Eu penso que esse é o debate importante, esse é o debate que pode ser
feito por todos nós. Nós temos que entender que áreas públicas jamais, Ver.
Lauro Hagemann - V. Ex.ª já abordou isso hoje -, podem ter passada a sua
propriedade para particulares.
Agora,
o que o Ver. Luiz Braz está propondo - é uma proposta nova, uma proposta que
busca contemplar os interesses daquelas pessoas humildes que têm acesso a esse
valor social que é a habitação em área pública municipal - é que, a partir de
alguns anos de pagamento de algum valor a cada mês, a pessoa não precise mais
pagar. Eu penso que esta é uma proposta importante, é uma proposta que tira a
discussão equivocada sobre a questão de habitação nesta Casa e que restitui a
crítica a esse instituto, um instituto que foi aprovado por toda a sociedade,
um instituto que foi aprovado por todos os Vereadores que militavam - acredito
que até pelo Ver. João Dib - naquela época, nesta Casa, e que, com o decorrer
do tempo, com o agravamento da crise social por que, infelizmente, passa hoje o
Brasil, obriga-se, por óbvio, a sofrer alterações, mas alterações que não
desconstituam a essência desse instituto, que jamais foi o de passar áreas
públicas à iniciativa privada. Uma pessoa humilde, acossada por dificuldades
financeiras, havendo a possibilidade da venda do domínio, é lógico que cai na
esparrela do especulador e faz com que essas áreas públicas passem para mãos de
grileiros.
A
compreensão de que, depois de um termo, depois de um prazo, aquela pessoa não
precise mais pagar aquela taxa, é uma discussão que me faz parabenizar o Ver.
Luiz Braz, por tê-la colocado. Quero dizer que supero o pragmatismo político e
estou disposto a discutir essa proposta, porque reputo que ela devolve a
sanidade na discussão da habitação nesta Casa. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. José Valdir está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu me
inscrevi no período de discussão de Pauta para falar mais uma vez, visto que o
fiz de forma muito rápida, sobre um projeto de minha autoria, que está em 2ª
Sessão de Pauta, que concede o Prêmio Zilah Totta de Alfabetização à Prof.ª
Mara Regina Tarouco Moreira. Tanto o Projeto, como o próprio Prêmio Zilah Totta
são de minha autoria. Como eu disse em outra oportunidade, isso decorreu por
perceber que esta Casa homenageia várias pessoas, várias entidades e
personalidades e não tinha uma forma de reconhecer, com um título ou prêmio, o
trabalho importante dos professores e professoras alfabetizadores. Essa é uma
das tantas coisas que estão invertidas no nosso sistema educacional. Penso que
o professor que trabalha com a alfabetização, especialmente pessoas como a
Prof.ª Mara, que dedicou a maior parte da sua vida profissional à alfabetização
de crianças, deveria merecer não só toda a distinção, mas deveria merecer uma
remuneração e condições de trabalho superiores, inclusive, ao do professor
universitário, de 3º grau. Eu digo porquê. Porque a clientela do professor
alfabetizador, que é a criança, é uma clientela extremamente tenra, frágil, e
qualquer intervenção inadequada marcará profundamente o futuro dessa criança,
não só do ponto de vista cognitivo, intelectual, mas até afetivo. E as coisas,
tratando-se de aprendizagem, principalmente nessa fase, interrelacionam-se.
Sabemos que educar uma criança nessa fase é extremamente delicado, porque, como
diz o próprio Estatuto, trata-se de um cidadão em uma fase peculiar - eu diria
peculiaríssima - de desenvolvimento. Exige um conhecimento muito grande e uma
dedicação enorme para fazer um trabalho adequado. E sabemos quão importante é o
trabalho do professor alfabetizador, quando bem-feito, quando realizado com
dedicação, com amor e com competência, na fase do desenvolvimento da criança,
do futuro adulto.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V.
Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero aparteá-lo na condição
de psicólogo, com mestrado e doutorado, para dizer que V. Ex.ª tem plena razão.
As três primeiras fases evolutivas da criança são preponderantes, não só quanto
ao psiquê, mas também quanto ao intelecto, e até á formação moral da criança.
Reside na psicologia evolutiva todo o valor da psicologia em si. Sempre dei
grande importância às fases evolutivas, até a adolescência. V. Ex.ª tem plena
razão: o professor-alfabetizador é peça preponderante, dele depende toda a
formação da personalidade.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Agradeço
pelo aparte, Vereador. V. Ex.ª contribui e engrandece o meu pronunciamento na
medida em que, como psicólogo, eu como professor, sabemos que essa fase é
determinante. Um bom trabalho, ser um bom professor não significa apenas ele
estar capacitado, ter conhecimentos, ter didática, mas também estar preparado
psicologicamente, porque uma criança nessa fase necessita de uma intervenção
qualificada, inclusive afetivamente.
Finalmente,
parabenizo o Ver. João Dib, porque ele, que até o ano passado era veemente e
até raivoso nesta tribuna, resolveu fazer uma autocrítica, o que prova que
nunca é tarde para se mudar. Parabéns! Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Guilherme Barbosa está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero dizer que esse debate acerca do instrumento do Direito
Real de Uso tem de ser com qualidade, calmo, porque não se trata de um
instrumento que nós, do PT, inventamos. Gostamos muito dele, é verdade, e o
defendemos, mas já está escrito na Lei Orgânica do Município, que é de 1990.
Foi uma reivindicação do movimento popular, inclusive, e é ele que dá, de fato,
a possibilidade de as pessoas mais pobres da nossa Cidade terem acesso a sua
moradia. Porque se o DEMHAB fosse só vender, essas pessoas muito pobres não
teriam condições de comprar o imóvel, mesmo sendo casas pequenas como o são,
com cerca de 32m2, 36m2, com possibilidade de aumentar, é
verdade, mas que parte desse tamanho. Esse fato é que baliza a discussão. Se
colocarmos o imóvel à venda, necessariamente ele terá um valor que muita gente
não poderá pagar por ele, enquanto que a taxa que é cobrada pelo instrumento da
concessão do Direito Real de Uso permite que os mais pobres tenham acesso à
moradia popular. Penso que podemos discutir a proposta do Ver Luiz Braz, ou
seja, que depois de um período em que a pessoa está usando esse instrumento,
ela possa usar aquilo que pagou como entrada do imóvel e, a partir daí, começar
a adquiri-lo, porque a Concessão do Direito Real de Uso tem outro benefício
importante: não permite a especulação imobiliária. O terreno continua sendo do
Município, portanto não é atacado pela especulação imobiliária. Esse é o
debate. Está colocado um viés ideológico? Claro que está! Mas não me venham com
a história de que vai prejudicar; ao contrário, estamos dando acesso àquelas
pessoas mais carentes.
Gostaria
de abordar um projeto de iniciativa do Executivo Municipal, projeto muito
importante, que denomina Parque Municipal Gabriel Knijnik, imóvel localizado na
Vila Nova, legado ao Município de Porto Alegre para instalação de parque
público. O Engº Gabriel Knijnik, um ecologista desta Cidade, segundo soube
através de Flávio Lewgoy, outra grande figura da luta ecológica da nossa
Cidade, silenciosamente, era uma das pessoas que mais ajudavam a AGAPAN. Quando
a AGAPAN, no seu início, não tinha condições de alugar uma sede, alugar um
telefone, o Engº Gabriel era quem bancava essa infra-estrutura. Esse cidadão,
que já tinha esse trabalho importante para a Cidade, ao falecer, deixou, para o
Município de Porto Alegre, uma belíssima área - estive lá quando o Município a
recebeu, há cerca de três anos. Uma área na Vila Nova, com um total de 12ha, no
alto de um morro, com uma vista belíssima da nossa Cidade. Esse senhor fez tudo
isso silenciosamente e isso é muito importante. Muita gente faz doações, faz um
aparente ato de benemerência, mas sempre divulga bastante aquele ato e isso,
para mim, é zero, é nulo. Gabriel Knijnik, silenciosamente, fez todos esses
atos importante para a AGAPAN e agora para o Município.
O Sr. Gerson Almeida: V. Ex.ª me permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Gostaria de parabenizá-lo por estar lembrando essa
questão, realmente esse é um ato que deve ser consagrado. Agora, dando o nome
do seu doador ao parque, parece-me que vai eternizar esse ato de boa vontade e
de amor à Cidade de Porto Alegre, realmente é uma área maravilhosa, que
constitui o décimo-segundo parque da nossa Cidade.
O SR. GUILHERME BARBOSA: E o parque tem várias situações
diferenciadas: há um espaço de cultivo, havia ali plantações de cítricos, uma
área de criação de bovinos, e uma área de vegetação fechada. Na ocasião, se fez
uma caminhada por essa vegetação e, se não estivessem pessoas nos guiando, nós
teríamo-nos perdido, em face do adensamento da vegetação existente.
Portanto,
a Cidade está de parabéns. Esta Câmara de Vereadores com certeza aprovará, por
unanimidade, esse Projeto do Executivo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a
palavra para uma Comunicação de Líder pelo PSDB.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tenho
registrado diversas vezes a falta de humildade do Executivo Municipal,
sobretudo no trato com esta Casa. Vejo que nos últimos meses vários Vereadores
e os jornais da Cidade de Porto Alegre, notadamente o Jornal do Comércio, têm abordado a questão das carroças na Cidade.
E tudo que vemos como resposta das autoridades municipais, e muito
especialmente do múltiplo Secretário da SMT e Presidente da EPTC, Sr. Mauri
Cruz, é negar-se a existência de carroças no perímetro central e chega-se a
dizer à autoridade do Judiciário, inclusive, que não existem crianças conduzindo
carroças.
Pois
vejam V. Ex.as que dentre os vários momentos diferentes em que a
gente vê carroças rodando pela Cidade, sem absoluta condição por parte dos seus
condutores, Ver. Pedro Américo Leal, hoje assisti à seguinte situação: o
carroceiro vinha na direção bairro-Centro, pela Av. Ipiranga, pela pista da
esquerda, portanto aquela que, teoricamente, é a de maior velocidade; com o
sinal fechado, ele cruzou a área de pedestres junto à Ramiro Barcelos, dobrou à
esquerda, na contramão, sobre uma faixa riscada, que é para pedestres ou
ciclistas, e entrou tranqüilamente na faixa contrária da Av. Ipiranga,
retornando para o bairro. Nenhum azulzinho,
nenhum PM, ninguém para coibir esse absurdo. E aí não era criança, era um
jovem, certamente maior de idade, que dirigia a carroça.
Há
dois dias, portanto, no sábado à tarde, eu vi uma carroça, em plena Av.
Sertório, sendo conduzida por um menino que parecia ter doze ou treze anos -
não temos certeza de sua idade, porque a subnutrição, às vezes, faz com que
crianças maiores aparentem ter menos idade - e que, simplesmente, vinha pela
Av. Sertório, na terceira faixa, do Bairro em direção ao Centro, e,
repentinamente, com o sinal fechado, a carroça prosseguiu avante, quando cruzou
junto a uma rua que dá acesso à Vila Cai-Cai, e que se localiza atrás do
aeroporto, para chegar depois na Av. das Indústrias. A carroça passou de
qualquer maneira. Foi um momento rápido em que um motorista de caminhão
conseguiu frear o veículo pesado, jogando-o para o lado, podendo até ter
abalroado algum outro veículo que viesse da lateral, para não bater no menino
carroceiro.
Agora, no entanto, os jornais, nos últimos dias, anunciam que a Prefeitura começa a pensar - na imprensa, nós chamamos o caso de ”barriga”, no sentido de inventar a matéria para chamar a atenção - em cadastrar os carroceiros. Enquanto a Prefeitura começa a pensar, eu fico imaginando quantos meses vão se passar e se, de fato, a Prefeitura de Porto Alegre vai cumprir o Código Nacional de Trânsito que determina, com muita clareza, o prazo final para esse cadastramento e as determinações que cabem com relação a esse assunto.
Eu
tive um acesso de nostalgia nesse final de semana, reli alguns jornais antigos,
e reli um jornal Correio do Povo de
novembro do ano passado, que com um mapeamento e fotografias maravilhosas a
Prefeitura garantia: “Em junho de 2000, inauguramos o triângulo da Av.
Baltazar”. Se o Ver. Lauro Hagemann, que é meu vizinho e mora ali, vir qualquer
sinal de obra no triângulo da Av. Baltazar, além da placa, evidentemente,
anunciando, eu vou me dar por cego e sairei daqui direto para o oftalmologista.
Não há nada, a não ser que a obra seja igual a da toupeira, ou seja, que estão
fazendo toda ela por baixo da terra, porque ela terá elevador e outras coisas,
segundo anuncia-se e, quem sabe, um dia ela emerge, repentinamente, igual a uma
plataforma de foguete interplanetário e aparece no triângulo da Av. Baltazar
com a Av. Assim Brasil. Por enquanto, embora anunciada para fins do ano 2000,
as obras do triângulo da Av. Assis Brasil são um grande fantasma e um grande
blefe da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.
Como
a Prefeitura gosta de botar notícia! Como a Prefeitura gosta de não ouvir os
outros, mesmo quando, às vezes, sutilmente, dá a mão à palmatória, como no caso
das carroças que, enfim, admite que já começa a pensar em cadastrar. Já
avançamos. Já melhoramos. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
acredito que é importante começarmos este pronunciamento desconstituindo alguns
equívocos. O primeiro é a insistente deturpação dos fatos que esta Câmara
acompanha. A Comissão criada nesta Câmara, que acompanha o aterro sanitário da
Extrema, no Lami, nas inúmeras reuniões que fez, não constatou problemas
estruturais naquele aterro. Ao contrário, todos os técnicos que estiveram nesta
Casa confirmaram que o aterro sanitário do Lami está sustentado num conjunto de
regras técnicas e continua funcionando muito bem. É importante que se faça o
registro que o mesmo Vereador que sobe de forma sistemática nesta tribuna não
diz verdades. Acaba inventando coisas sobre o que está acontecendo na Comissão.
Não traz a esta tribuna como é o tratamento que é dado para a questão do lixo
em alguns municípios da Grande Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul.
Por exemplo, vou citar dois municípios.
O
Município de Eldorado do Sul e de Pinheiro Machado, que são governados pelo
Partido do Ver. Cláudio Sebenelo. Nesses municípios não existem aterros
sanitários; existem lixões abertos, com catadores, diferente da política
municipal de Porto Alegre. Onde está a coerência do Vereador ao vir aqui
cobrar, dizer que o aterro sanitário “Tal” não funciona bem; o outro não
funciona bem, se o seu Governo, se suas Prefeituras não têm política para
resíduos sólidos, não dão um atendimento devido.
Porto
Alegre, de 89 para cá, vem resolvendo o problema. Resolveu o problema do lixão da
Zona Norte, que era uma coisa grave. Constituiu o aterro sanitário na Cidade de
Porto Alegre, que está sendo bem encaminhado. Construiu uma parceria com os
Municípios da Grande Porto Alegre e está fazendo operar o aterro Santa Tecla,
em Gravataí, que é um aterro exemplar, em nível de país, e isso não é dito.
Coleta seletiva, os galpões de reciclagem, todo o conjunto das ações, os pontos
de coleta, toda a política de atendimento a resíduos sólidos, tudo isso não é
dito aqui. E também não é dito aqui, por este Vereador, que o seu Partido não
tem política para a questão, além de não ter política para governar esse País,
que é responsabilidade do Vereador, não tem política, nos Municípios que
governa, para tratar da questão do lixo. E, depois, vem aqui listar coisas que
não são verdades sobre a Comissão do Aterro da Extrema.
Gostaria,
também, de perguntar ao Ver. Antonio Hohlfeldt se ele leu a mesma matéria que
eu li, porque a matéria que eu li não dizia que a Prefeitura iria pensar em
cadastrar. A Prefeitura, na matéria, dizia bem claro: vai cadastrar, seguindo
orientação da legislação e do órgão Estadual, os carroceiros de Porto Alegre.
Vai constituir identificação, inscrição desses carroceiros, fazendo a ligação
com a legislação existente no Município de Porto Alegre e com a legislação que
é o Código Nacional e as determinações estaduais. Alguma coisa está errada,
porque a matéria que eu li me deu este entendimento e são essas as tratativas
que estão sendo feitas. Nós devemos, Vereador, enfrentar o problema por onde
ele aperta mais. Se hoje, nós temos mais carroceiros na Cidade de Porto Alegre,
é sinal que a crise aumentou, que a exclusão social aumentou, que a miséria na
Cidade de Porto Alegre aumentou, porque são cidadãos, trabalhadores que estão
desempregados e precisam, sim, pegar uma carroça e recolher lixo nas nossas
avenidas e ruas da Cidade para poder sobreviver. Isso é conseqüência do quê? É
conseqüência do projeto do seu Partido, do PSDB, do Partido do Ver. Antonio
Hohlfeldt e do Ver. Cláudio Sebenelo, que arrasam com esta Nação. A miséria que
nós estamos vivendo na Cidade de Porto Alegre é conseqüência do projeto do seu
Partido. Portanto, vamos tratar das conseqüências, apontando as causas.
Gostaria
de finalizar, dizendo, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, que
está sendo lançado, com a CNBB, com as entidades nacionais, com o Partido dos
Trabalhadores, está sendo lançado o plebiscito da dívida externa. Hoje, o
Brasil convive com 243 bilhões de dívida externa. Esse valor, antes do início do
Governo de Fernando Henrique Cardoso, era de 148 bilhões de dólares; está hoje,
em 243 bilhões. Algumas entidades querem fazer um plebiscito com toda a Nação
para perguntar a todo cidadão desta Nação, se ele concorda ou não concorda com
o pagamento injusto que é feito por este Governo que tira dinheiro da saúde, da
assistência social, para entregar para os banqueiros internacionais. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Luiz Fernando Záchia fala em
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
primeiramente queria aqui enaltecer a posição do Ver. Juarez Pinheiro, que
mostra a grandeza do homem público, Ver. Juarez Pinheiro, V. Ex.ª teve o
respeito a esta Casa, a este Vereador, que evidentemente não poderia esperar
nada diferente tratando-se da conduta do caráter de V. Ex.ª que muito contribui
para o crescimento e o engrandecimento desta Casa. Ouvindo com atenção o Ver.
Renato Guimarães, e o Ver. Renato Guimarães tratava de um tema extremamente
polêmico e importante para a Cidade de Porto Alegre, a questão das carroças,
constatei que finalmente há um aceno do Executivo Municipal para que nós
possamos normalizar esta situação extremamente difícil das carroças em Porto
Alegre. Só queria lembrar ao Ver. Renato Guimarães, quando V. Ex.ª falava aqui,
isto é, conseqüência do desemprego, é conseqüência da miséria, evidentemente
que o é. Mas se nós que conhecemos um pouco mais, como V. Ex.ª também conhece,
não só Porto Alegre, vamos constatar que talvez a incidência, o número de
carroças em Porto Alegre, seja bem mais acentuada do que qualquer outra grande
Capital, nas proporções. Tenho absoluta convicção por conhecer a Cidade e diria
a V. Ex.ª, a Ver.ª Maristela Maffei, conheço todas a grandes cidades no entorno
de Porto Alegre e desconheço capital que tenha um número tão grande de carroças
circulando na área central da Cidade, como aqui na nossa Capital. Talvez
encontremos em Salvador, Bahia, um número razoável de carroças, mas não na área
central da Cidade. V. Ex.ª, Ver. Renato Guimarães, tem de saber separar
Brasília do seu conjunto de cidades satélites que, essas sim, dependem mais do
transporte de carroças do que Porto Alegre na sua área central.
Pergunto
a V. Ex.ª se o desemprego e a miséria aqui em Porto Alegre são exclusivamente
decorrentes da política federal. Temos que fazer essa reflexão. Se queremos que
Porto Alegre saia dessa miséria e desemprego, todos nós, governos federais,
estaduais e municipais temos que assumir a nossa participação no processo, e
não simplesmente, transferir, porque o Executivo Municipal teria uma
participação efetiva nesse problema, não apenas transferi-lo para o Governo
Federal. Como será o posicionamento de V. Ex.ª, se um dia o seu Partido for do
Governo Federal? V. Ex.ª transferirá o problema para quem, para o governo
municipal? É a política fácil de fazer. E V. Ex.ª tem demonstrado não
utilizá-la, da melhor maneira, quando se trata de questões referentes ao Poder
Municipal.
Chamo
a atenção da SMOV, quanto a desorganização na Av. Correia Lima - aquela avenida
que leva ao morro da televisão -, que V. Ex.ª, Ver.ª Maristela Maffei, conhece
muito bem, que depois de muita solicitação da comunidade - talvez até tenha
passado pelo Orçamento Participativo - foi asfaltada, o que era uma
reivindicação de todos os porto-alegrenses, principalmente dos moradores da
Vila do Morro Santa Teresa. E o que chama a atenção é que, ao ser asfaltada, o
DEP abriu a rua de ponta a ponta para fazer o esgoto pluvial. Mas será que isso
não teria de ser organizado de uma maneira mais racional, já que o asfaltamento
não sai de uma hora para outra? Quando os técnicos decidiam, através de um
pleito do Orçamento Participativo, ou de uma boa vontade de um agente político
“vamos asfaltar a Av. Correia Lima, que historicamente tem problemas de
esgoto”, deveriam fazer a obra do esgoto antes do asfaltamento. Não!
escolheu-se a maneira mais cara, mais complicada e a maneira que traz um
transtorno maior para a população. Asfaltou-se, foi trazida a alegria do
asfaltamento, mas, agora, depois de asfaltada, abre-se o asfalto, colocam-se
cavaletes, inclusive mal sinalizados, indicando obra do DEP, para que a
população e, principalmente, os moradores do entorno, tenham prejudicado o seu
acesso, porque a pista está, na verdade, só em meia pista, porque a outra meia
pista está em obras. Obras que deveriam ter sido feitas antes do asfaltamento
se houvesse a organização e a inter-relação entre as Secretarias. Penso que,
quando se mexe, quando se administra o dinheiro público, precisamos ter esse
cuidado. O mínimo que se exige dessas pessoas é a organização de quem
secretaria o Executivo Municipal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, deveríamos ocupar a tribuna
em Comunicação de Líder, em nome do PFL, mas há matérias aguardando para serem
enfrentadas e votadas, há familiares de pessoas interessadas. Então, o PFL vai
abrir mão da Comunicação de Líder para que possamos adiantar a Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Havendo quórum, passamos à
A SRA. HELENA BONUMÁ (Requerimento): Sr. Presidente, conforme acordado com a
Lideranças, requeiro que comecemos pelo PR nº 005/00, PLL nº 200/99, PLL nº
211/99, PLL nº 212/99, PLE nº 051/99, PLL nº 218/99, PLL nº 219/99, PLL nº
221/99, PLL nº 002/00, PLL nº 017/00, PLL nº 020/00, PLL nº 038/00, PLL nº
040/00.
O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Mesa coloca em votação o Requerimento
da Ver.ª Helena Bonumá de adequação da ordem dos trabalhos na Ordem do Dia.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Esta
Presidência anuncia ao Plenário o recebimento, conforme Ofício do Sr. Prefeito
Municipal, Dr. Raul Pont, dos processos administrativos referentes aos três
projetos que são objeto de projeto de lei do Executivo para fins de otimização
do seu aproveitamento e reinserção na estrutura urbana de áreas na Av.
Independência, Praça Parobé e Galeria Pio XII. Estão à disposição dos Srs.
Vereadores os processos administrativos, junto a Diretoria Legislativa.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0510/00 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 005/00, de autoria do Ver. João Dib, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao empresário Sérgio Silveira Saraiva.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável de dois terços dos membros da CMPA - Art. 82, § 2º, V, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174, II, do
Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral o PR nº 005/00.
(Pausa.) Em votação nominal o PR nº 005/00. (Pausa.) (Após a apuração.) APROVADO por 25 votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3665/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Rua Marcio Luiz Veras
Vidor um logradouro público localizado no Bairro Praia de Belas. Com Emenda nº 01.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e da
Emenda nº 01;
- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto e
da Emenda nº 01.
Observação:
- adiada a discussão por três Sessões.
O SR. PRESIDENTE: Próximo, Projeto de Lei do Legislativo
nº 200/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro. Em discussão. (Pausa.) Em votação.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO (Requerimento): Pedindo licença ao Ver. Juarez Pinheiro,
as Lideranças concordaram em incluir na próxima Sessão, hoje, o Projeto de Lei
do Legislativo que dá o Título de Cidadão Emérito da Cidade de Porto Alegre a
Paulo Autran.
O SR. PRESIDENTE (João Motta): A Mesa recebe o Requerimento e coloca em
votação um adendo à ordem dos trabalhos, no início da Ordem do Dia. Os Srs.
Vereadores que a provam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o PLL nº 200/00. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para
encaminhar.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.as
Vereadoras, funcionários do Poder Judiciário, Direção da Associação dos
Oficiais de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, familiares de Márcio Luiz
Veras Vidor. Normalmente, nós, Vereadores, aqui, não encaminhamos e nem
discutimos a denominação de nomes de rua e quero dizer que estou falando, com
muita honra, em nome da Bancada do PSDB, me acena o Ver. João Dib, em nome da
Bancada PPB, PTB, PSB e PPS, o que engrandece esse momento. Na verdade, eu
dizia, nós não encaminhamos, não discutimos normalmente, quando votamos nome de
rua, não que sejam matérias de menor importância, mas são projetos já
discutidos nas Comissões e que, depois, por ocasião do descerramento das placas
é feita a devida homenagem aos familiares da pessoa que se homenageia.
Mas
hoje temos uma situação absolutamente especial. Nós estamos, aqui, desde às
14h, com a presença de trabalhadores do Poder Judiciário, colegas de Márcio
Vidor que o conheceram, ao longo dos anos, e que vieram, aqui, trazer aos
Vereadores o seu depoimento sobre a correção desse servidor, falando a respeito
da pessoa que era Márcio Vidor. Estão também aqui os seus familiares. O mais
inusitado, Srs. Vereadores, é que hoje o foro da Cidade de Porto Alegre está
mudando de endereço. Com a votação que vamos proceder, nos próximos minutos,
nós que há muito dizemos que o Foro localiza-se à Rua Celeste Gobatto, Ver.
Luiz Braz, a partir de agora, vamos ter que dizer que o Foro localiza-se na Rua
Márcio Veras Vidor, eis que aquela rua fronteiriça ao Foro não é a Celeste
Gobatto, que faz uma curva de 90º graus e, a partir de agora, sim, a rua do
nosso Oficial de Justiça que foi morto no exercício das suas funções.
Essa
votação reveste-se de circunstâncias absolutamente especiais. Esse servidor do
Poder Judiciário foi morto com três tiros, um perfurou o seu pâncreas - que foi
a causa principal da sua morte -, o seu estômago e o seu pulmão, quando
entregava uma notificação de um despejo judicial. Após receber três tiros,
ficou hospitalizado em torno de trinta dias, vindo a falecer no dia 10 de junho
em decorrência dos tiros que recebeu quando executava a sua função como Oficial
de Justiça. Esse mesmo servidor, nos momentos de lucidez, quando parecia que ia
recuperar-se no hospital, ainda teve a grandeza de dizer que perdoava o seu
ofensor. Este ato, que homenageia essa pessoa, jamais será esquecido pelos seus
colegas, que hoje aqui comparecem, porque tem, também, a transcendência de uma
homenagem que se faz a todos os trabalhadores do serviço público que não são os
responsáveis pela atual crise por que passamos, e, sim, são aqueles que, de
forma humilde, recebendo baixos salários, executam funções que às vezes colocam
em risco a própria vida. Infelizmente, nesse caso, foi-se o Márcio Vidor. Eu
falava com o Presidente da Associação, que me dizia que inclusive aquela
notificação poderia ter sido entregue por ele e não pelo Márcio. Mas a
infelicidade do Márcio e, no caso, a sorte do nosso Presidente da ABOJERIS, fez
com que a vida levasse a esse desfecho, ou seja, à morte do Márcio Vidor. Ele
deixou dois filhos, um de sete anos e outro de nove anos, deixou a esposa e
deixou, mais do que tudo, uma mensagem de correção, de amizade. A melhor
mensagem que poderia deixar alguém que dedica a sua vida ao serviço público.
Por
isso, nesse momento, toma-me uma certa emoção, porque sou amigo dos seus
familiares e eu quero dizer que esta homenagem, que faz a Câmara de Vereadores,
é uma homenagem que transcende a memória do Márcio Vidor, uma homenagem a ele,
mas também uma homenagem a sua família, aos seus colegas e a todos os
servidores públicos que, com todas as dificuldades, cumprem da melhor maneira
as suas funções. Sinto-me honrado de ter apresentado esta proposta que me foi
encaminhada pelos próprios trabalhadores, mas gostaria de nunca ter precisado
apresentá-la. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta.): Em votação o PLL nº 200/99. Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 200/99 (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados (Pausa.)
REJEITADA.
Em
votação o Requerimento do autor do Projeto que solicita dispensa do envio da
Emenda para Parecer das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 200/99. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão:
todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
0339/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/00, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que concede o título honorífico de
Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Paulo Autran.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto;
- da CECE.
Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão geral o PLL nº 006/00.
(Pausa.) Em votação. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na
verdade, “a arte é o belo, e o belo é arte. O belo é o juízo de valor de uma
obra de arte. O belo é a percepção. O belo é o conceito mais próximo da relação
sujeito/objeto, é subjetivo, é sutil. É sentimento interior de harmonia
extravasada na silhueta criada. A arte inicia-se e termina com o belo. É o
produto dessa concepção. O artista, seu povo, seus espectadores e seus
consumidores formam um conjunto indissociável belo/arte, arte/belo. É o talento
um conjunto indissociável belo/arte, arte/belo. É o talento, a sensibilidade
expressa por uma psicomotricidade fina ligada a um pincel, a uma caneta, a uma
espátula, a um computador, a um instrumento musical, a uma gestualística. Por
esta diferença de sensibilidade, por esta privilegiada visão do mundo, por uma
imensa capacidade de abstrair a linha em favor da entrelinha, de adotar o
inconsciente em detrimento do consciente, a hegemonia do implícito fugindo da
explicitude vulgar, a arte e o belo se fundem, se confundem, no âmago do
artista. A arte como impulso e o belo como produto. O belo como impulso e a
arte como produto. Ora exuberantes, ora meio escondidos. Nele, no artista,
estão condensadas, pesadamente condensadas, as presenças do concreto e do
abstrato, criador e criatura, palco e platéia, sorte e realejo, responsáveis
por grande distribuição de afetos. Afetos por pessoas, coisas, animais e
cidades. Vida e morte. Ódio e amor. É nesta complexidade dos antagonismos que
as identidades se perpetuam em bloco e criam um caminho. O caminho dos
andarilhos profissionais, dos bufões, dos circenses, dos atores relâmpagos,
andejos das metrópoles, das aldeias, das megalópolis, vagamundos das
cidadezinhas, do mais arraigado interior da Terra. E, neste longo arrastar de
lonas e arquibancadas, vão deixando um rastro de saudade em cada espetáculo, em
cada peça, em cada noite de sede e cansaço. Cansaço de tanto representar. De
andar sempre na frente da história. De representar em todos os sentido. A tudo
e a todos. Com os cinco sentidos. Sua maior gratificação é uma certa
proximidade com a platéia. A ela oferece, em caráter permanente, acesso fácil,
disponibilidade samaritana e atendimento privilegiado. E esta é a relação que
resta. É o vínculo que fica. Que, infinitamente, fica. Que dignifica.
É
notável a intimidade de Porto Alegre com Paulo Autran. O melhor ator da vida
com a Cidade de melhor qualidade de vida. Que reciprocidade. Eu diria,
promiscuidade. Se vida é troca, entre os dois há uma troca permanente, uma
descoberta antiga e duradoura, do ator e sua Cidade, da arte com seu povo, ora
sujeito e ora objeto. Vivo. É a perfeição do belo. É a perfeição da arte.
Paulo
Autran, Cidadão de Porto Alegre. Até nas iniciais P.A. Há momentos em que as
evidências dispensam justificativas. Este é um deles. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Motta): Convidamos a todos para participarem
amanhã, às 14h, no Salão da Presidência, de um ato político de transferência desta
Presidência para o 1º Vice-Presidente, Ver. Paulo Brum, e às 15h, no Salão
Nobre do Paço Municipal, da substituição do Sr. Prefeito por esta Presidência.
Em
votação o PLL nº 006/00. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO por 22 votos SIM.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3789/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Jardim Camaquã um
logradouro irregular localizado no Bairro Camaquã.
Pareceres:
-
da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 211/99. (Pausa.)
Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3790/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Jardim das
Hortênsias um logradouro irregular localizado no Bairro Camaquã.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do
Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 212/99. (Pausa.)
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
3809/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 051/99, que dispõe sobre o exercício de cargos ou
empregos sujeitos à fiscalização profissional e dá outras providências.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator Ver. Fernando Záchia:
pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 051/99. (Pausa.)
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3862/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Lydia Sperb um
logradouro irregular localizado no Bairro Vila Nova.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 218/99. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3864/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 219/99, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua João Morales um
logradouro irregular localizado no Bairro Cel. Aparício Borges.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 219/99. (Pausa.)
Em votação. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
3883/99 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 221/99, de autoria do Ver. Juarez Pinheiro, que denomina Alameda do Luar um
logradouro irregular localizado no Bairro Passo da Areia.
Pareceres:
-
da CCJ. Relatora Ver.ª Helena Bonumá: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 221/99. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0087/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 002/00, de autoria do Ver. João Dib, que denomina Rua Jacintho Godoy um
logradouro público localizado no Bairro São Sebastião.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 002/00. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Não há quem queira
encaminhar. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0491/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/00, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Raul Silva Gudolle
um logradouro público, parcialmente cadastrado, localizado no Loteamento
Moradas da Hípica.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 017/00. (Pausa.)
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0509/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 020/00, de autoria do Ver. Antônio Losada, que denomina Rua Jardim Violeta um
logradouro irregular localizado no Bairro Camaquã.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 020/00. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0670/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 038/00, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que denomina Rua Luiz Vasques um
logradouro irregular localizado no Bairro Passo das Pedras.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 038/00. (Pausa.)
Não havendo quem queira discutir, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05
minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0672/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 040/00, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que denomina Rua Amaranto Pereira um
logradouro irregular localizado no Bairro Passo das Pedras.
Pareceres:
-
da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 040/00. (Pausa.)
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Encerrado
o processo de votação, conforme Requerimento aprovado anteriormente.
Não
havendo mais quórum para o prosseguimento da Ordem do Dia, estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h34min.)
* * * * *